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quinta-feira, junho 11, 2015

sábado, junho 06, 2015

Taylor Swift We Are Never Ever Getting Back Together

Charles Bukowski

"É este o problema com a bebida, pensei, 
enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom,bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa."

sexta-feira, junho 05, 2015

Postal de Amor..- Zezé Motta

"Postal de Amor", interpretei esta música do Fagner em Ciranda Cirandinha. Esta música, ou melhor esta "Louca" me enlouqueceu verdadeiramente, e conseguiu me arrebatar no palco.
O Daniel Filho me convidou para fazer Ciranda depois que me assistiu no show. Eu sempre soube desde pequena que eu tive uma tia que enlouqueceu por amor, e quando subo ao palco eu procuro o personagem para interpretar. Nesta ocasião eu comecei a pensar em minha tia Elza que eu nunca conheci, mas que sempre soube que ela havia morrido por amor...
Era uma loucura... Um belo dia eu encontrei o Fagner e falei:
- Fagner, você sabe que eu dedico aquela musica para a minha tia Elza, que eu nunca conheci, mas que eu sei que morreu de amor... E ai, eu estava na casa dele na varanda de frente para o morro Santa Marta, (os fundos do apartamento dele tinha vista pra lá)...
Ele muito emocionado me disse:
- Zezé, não acredito, eu fiz esta musica aqui nesta varanda olhando para o morro e pensando em uma mulher morrendo de amor...
Que loucura! Postal de Amor...

Eduardo Galeano





Pelo que aprendemos na escola, a descoberta do Chile 
aconteceu em 1536. A notícia não impressionou os Mapuches nem um pouco, já que eles tinham descoberto o Chile treze mil anos antes. Em 1563, eles cercaram o principal forte dos conquistadores espanhóis. O forte estava a ponto de sucumbir, arrasado pela fúria de milhares de índios, quando o capitão Lorenzo Bernal ergueu-se sobre a paliçada e gritou:– "No fim, nós ganharemos! Caso faltem mulheres espanholas, aí estão as vossas. E com elas teremos filhos, que serão vossos amos". O intérprete traduziu. Colo-Colo, o chefe índio, escutou como quem ouve chover. Ele não conseguiu entender a triste profecia. (Os Filhos dos Dias, de Eduardo Galeano, um calendário histórico poético)

"Não fui eu... Não fui eu..."

"Não fui eu... Não fui eu..." O tabu em torno da flatulência pode ser explicado através da historia e da cultura



 Marcelo Bulgarelli 
Equipe O DIÁRIO 

 Estou vivo, mas não tenho corpo Por isso é que eu não tenho forma Peso eu também não tenho Não tenho cor Quando sou fraco, me chamo brisa E se assobio, isso é comum Quando sou forte, me chamo vento Quando sou cheiro, me chamo pum 
 (O Ar, Vinícius de Moraes)

 Um famoso fotógrafo da cidade trabalhava numa sessão de fotos com uma bela modelo. Dezenas de fotografias já haviam sido tiradas, quando ele resolveu disparar o obturador da máquina pela ultima vez, dando por encerrada a sessão. Mas ao apertar o obturador, o desastrado fotógrafo deixou escapar um barulho constrangedor, embora muito conhecido e bem diferente do flash. "Foi no momento em que me agachava.Tive vontade de me enfiar dentro da máquina fotográfica. Não tinha como disfarçar. Não queria nem olhar pra cara da modelo", revelou.
 O nome do fotógrafo em questão será mantido em absoluto sigilo por ele ter sido vítima de algo que acontece todos os dias com qualquer mortal. Porém, sem aviso, o ato explosivo causa os mais diversos constrangimentos, sempre ocorrendo no local errado e na hora errada. "A flatulência é a saída em excesso dos gases. Apesar do constrangimento social, é algo natural e mesmo em excesso não significa uma doença, porém pode ser um sintoma. Tenho pacientes que sequer querem sair de casa devido ao problema", explica o gastroenterologista Heine Macieira. "Flatular" é inerente aos animais, tanto carnívoros como herbívoros. É um ato necessário para o movimento intestinal.
"Mesmo se não fosse necessário, teriamos gases de qualquer forma pois engolimos ar e saliva a cada cinco segundos", esclarece. Logo, quem fuma deve também arcar com as conseqüências. Cientificamente falando, a fórmula é a seguinte: para cada litro e meio de saliva, produzimos um quilo de pum diário. Não adianta dizer que isso não ocorre com você. Os períodos de flatulência alternam, estando a pessoa acordada ou dormindo. É considerado excesso quando a produção chega ao equivalente a três quilos. Essa fórmula já foi cientificamente testada em pacientes e voluntários através de um tubo ligando o reto a um aparelho de medição.
Basicamente, um pum se constitui de oxigênio, gás carbônico e nitrogênio. Porém, na saída também é composto pelo metano metano (CH4). Todos são inodoros. O cheiro é produzido pelo enxofre derivado das bactérias. O metano é um gás considerado perigoso em determinadas situações. Um repentino peido em meio a uma intervenção cirúrgica pode deixar seqüelas no paciente,principalmente em se tratando de cauterização por instrumentos elétricos.
 Acidentes desse tipo são raros, segundo o gastroenterologista. Um acidente de grande repercussão ocorreu em abril de 2002, na Dinamarca. O paciente de um hospital teve um ataque de flatulência durante uma cirurgia. O gás escapou no momento em que um médico usava uma faca elétrica para retirar uma verruga das nádegas da vítima. A fagulha provocou uma explosão, queimando as nádegas e órgão genitais do paciente. O hospital foi processado, apesar dos médicos não se responsabilizarem por puns acidentais.
 No Brasil, o maior perigo na utilização do metano é uma brincadeira muito comum entre jovens que chegam a encostar o isqueiro no momento do pum. A escatológica atitude já resultou em queimaduras de primeiro grau.
 Em estado de estresse, engolimos muito mais ar (aerofagia). Logo, produziremos muito mais puns. Outra fonte causadora dessas explosões íntimas é a comida. Quem solta rojões com freqüência deve mudar a dieta. "O intestino tem diversos tipos de bactérias, mas qualquer desequilibro altera a flora bacteriana", adverte o médico.
 Carne, devido a longa putrefação, é um dos alimentos causadores do mal cheiro. A fermentação da cerveja também colabora, mas até hoje nenhum bar foi interditado devido a alta concentração de gases. É bom evitar feijão (principalmente a casca), cebola e alho. Tal odor vem das bactérias e das proteínas, não do metano.
 Cientificamente explicado, fomos buscar na historia os motivos para tanto tabu em torno da flatulência. O psicoterapeuta Sildemar de Barros aponta para a questão da religiosidade, principalmente no mundo ocidental, a partir da Idade Média. A figura do diabo sempre foi associada às fezes e excrementos e ao enxofre. "Arquetipicamente falando, assim é tratada a questão na memória do inconsciente coletivo", analisa.
 Na área comportamental, o ato de peidar está relacionado ao exibicionismo. Como se fosse um hobby, há quem não consiga deixar de soltar um pum quando entra no automóvel ou no momento em que chega em casa. Ou pode ser uma forma inconsciente de agressão. Isso é comum no adolescente que vive uma fase onde ele quer "quebrar as regras". Exemplo é o pum no elevador, considerada a "mais covarde" das brincadeiras. "É pior do que se um dos passageiros estivesse fumando, pois ninguém fica sabendo quem foi o autor do disparo", analisa Sildemar. Problemas psicossomáticos, como a ansiedade extrema, fazem com que a pessoa engula muito ar. Conseqüentemente, terá problemas gasosos. "A questão passa por uma situação, de tensão. Isso provoca até depressão. Quem engole muito ar está querendo preencher um vazio por dentro". Quem fala ou faz comentários sobre puns provoca asco ou gargalhadas. "As pessoas riem de vergonha. Na área rural isso é mais aceito, tanto o arroto como o pum. Faz parte da natureza". O pum está ligado ao universo infantil. Brincadeiras como "qual o mais barulhento" ou o "mais fedido" são realizadas coletivamente. Em Maringá, a peça infantil "O Gato de Botas Vermelhas" tinha um personagem, um rei, que adorava comer coxinha de frango. Assim, o rei vivia soltando puns. No primeiro, a platéia reagia com um certo constrangimento. Do segundo em diante, caia na gargalhada. Nota: a sonoplastia era gravada e foi feita a partir do barulho provocado quando se assopra uma parte braço. Como adiantamos, a flatulência ocorre em todas as pessoas e animais. Tartarugas, cães, elefantes e até a Daniela Cicarelli não escapam. Na Nova Zelândia, os pecuaristas quase que tiveram de pagar US$4,9 milhões ao ano em impostos por causa dos gases emitidos pelo gado. O objetivo do imposto era reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. O metano e o dióxido de carbono podem influenciar o aquecimento do planeta. Ainda bem que a idéia não chegou ao Brasil. Qualquer governante não hesitaria em criar imposto para cidadãos produtores de gases. Licitações seriam abertas para a compra de medidores. Mas gases, de maneira geral, fazem mal a arte. Um químico atmosférico (sugestivo nome) inglês afirma que os gases emitidos pelos visitantes flatulentes em galerias e exposições de arte estragam os pigmentos das pinturas. Chega a sugerir que os curadores dos museus não permitam que tais visitantes se aproximem dos quadros em exibição. No Canadá, um inventor lançou uma cueca à prova de puns. Elas contam com um filtro de carvão para retirar os gases antes que eles se escapem. O inventor criou o artefato após explosivas sessões noturnas provocadas pela esposa. Pum é cultural.

O maior tratado sobre o assunto é o livro Who Cut the Cheese? - A Cultural History of the Fart (Quem cortou o queijo? - Uma historia cultural sobre o peido"), de Jim Dawson, ainda inédito no Brasil. Ele mostra como guerras e fatos históricos ficaram marcados pela simples emissão de um pum. Dawson relata um fato ocorrido em 44 d.C, em Jerusalém, durante o Pessach, feriado judaico. Os judeus lotavam a cidade que era vigiada de perto pelos soldados romanos. Tudo estava aparentemente tranqüilo quando um romano resolveu ofender aquele povo. Ficou de costas e soltou o rojão. O povo se rebelou. Começou uma batalha entre judeus e romanos. Dez mil pessoas teriam morrido. Outro destaque do livro é o artista Lê Petomane, um dos mais populares de Paris no final do século 19. Ele conseguia encher seus intestinos de ar e disparava rojões (inodoros) da maneira que bem entendesse. Imitava sons de animais, de instrumentos musicais e até parte do hino francês, La Marseillaise. Acredite se quiser. Ponto final. A conclusão é que a flatulência é o inevitável a ser evitado. Deve ser tratada com naturalidade, mas com discrição. É natural, mas suas formas de utilização são culturais. E quem nega é aquele que está com a mão amarela.

Procissão de Sexta-Feira Santa - Paulinho Nogueira



É dia de procissão de Sexta Feira Santa
(Meu Pai saia na Irmandade do Santíssimo)

Nesse dia lá em casa
Nem mesmo criança podia brincar...
E quase ninguém sorria
A gente não podia nem assobiar
Sempre a procissão passava
Lá na minha rua, ao anoitecer
Chegavam muitos amigos
Parentes antigos, que vinham pra ver

Batia o sino da igreja
Todos pra janela pra pegar lugar
Gentarada na calçada
Esperando, cansada, mas sem reclamar
Lembro a figura do Jonas,
Um homem estranho, tipo popular
Sempre passava na frente
Avisando a gente que ia começar

Silêncio na minha rua
Todos se ajoelhavam pro SENHOR passar
Cada um, como JESÚS,
Carrega sua cruz, sem se desesperar
O canto atroz da VERÔNICA
Me transmutia uma forte impressão
Mostrando o lenço manchado
Sangue derramado do CRISTO, em vão

Vinha o corpo carregado
Daquele que um dia, por amor morreu
AVE MARIA por NOSSA SENHORA
Que chora o FILHO que perdeu
E a multidão seguindo
Alimentando sonhos, tudo em seu louvor
Acho que todo esse povo
Espera de novo o seu SALVADOR...

É dia de procissão de Sexta-Feira Santa...
(Meu Pai saia na Irmandade do Santíssimo)

"Paulinho Nogueira - Simplesmente"
Discos Continental/ Julho/1974