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terça-feira, maio 27, 2025

A revelação Nastassja Kinski

Nastassja Kinski : "Com homens maduros se aprende mais"*  

Revista Manchete- Reportagem da Sucursal de Milão


Fotos de Fabian/Sygma

Enquanto os Estados Unidos inflacionam o mercado cinematográfico com as "ninfetas" da escola Jodie Foster, a Europa responde com Nastassja Kinski. E é um esforço conjunto: nascida em Berlim em 1961, filha do renomado ator Klaus Kinski, ela estudou no Actor’s Studio de Nova York, filmou na França e agora brilha na Itália.  

O cinema italiano, em crise, busca renovação: *"Não podemos viver só de Marcello Mastroianni e Sophia Loren"*, dizem os críticos. Ironia do destino, o galã de Kinski em *Così come sei* é o próprio Mastroianni, de 50 anos. Dirigido por Alberto Lattuada, o filme desafia a moral burguesa ao retratar um romance entre a adolescente Kinski e o maduro Marcello. Apesar de sua admiração por homens mais velhos, Mastroianni — conhecido por seus casos com colegas de elenco — mantém distância.  

"Ela é a Ingrid Bergman aos 17 anos", exclamou Lattuada.  


Aos 13, um ano após o divórcio dos pais, Nastassja estreou na TV alemã. Em Paris, conheceu Roman Polanski, que a levou às Seychelles para um ensaio na *Vogue*. Planejava-se seu papel em *Hurricane*, de Polanski, mas o projeto fracassou — oficialmente, por seu "inglês ruim", embora ela tivesse estudado no Actor’s Studio. *"Foi melhor assim"*, diz Kinski. *"Se *Hurricane* tivesse saído, não estaria com Lattuada agora."*  

Lattuada a descreve como hipnótica: *"Seu olhar, seu sorriso — tudo nela parece obra do demônio."* Em *Così come sei*, Marcello vive um arquiteto que confunde Nastassja com sua filha desaparecida. Ao descobrir o erro, já está apaixonado. *"Poderá ser interessante"*, diz ela, mas seu foco é a carreira: *"Fazer o que aparecer."*  

Seu sonho? "Ser uma mistura de Ingrid Bergman e Sophia Loren." Aos 17, morando com a mãe, ela tem direito a sonhar.  



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segunda-feira, maio 26, 2025

**O DEUS DO SILÊNCIO**










*Luis Delfino (1834–1910)*  


Não sei por que; porque dizer não ouso:  

Seguindo estância e estância o antigo rito,  

No templo de Ísis, adorava o Egito  

O deus sem voz, o deus misterioso.  


Milhões d’olhos de um vago olhar aflito  

Cobrem-lhe o corpo; e em lânguido repouso,  

Guardando um gesto altivo e desdenhoso,  

Pousava à boca um dedo de granito.  


E como um ólho só, tudo isso olhava  

Do fundo de uma orelha, que o envolvia:  

E aos seus pés vendo a turba imbele e escrava,  


O mudo olhar inquieto ardia em lava...  

Porém... quanto mais via, e mais ouvia,  

Menos falava o deus que não falava.  



domingo, maio 25, 2025

Tunai

 DISCO/EM CARTAZ: PASSAPORTE PARA O SUCESSO DE TUNAI

José Antônio de Freitas Mucci (Ponte Nova, 13 de novembro de 1950 – Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2020)



Texto do Jornal do Brasil sobre O LP Em Cartaz (Ariola)  publicado em 1984.  Apresenta Tunai , o irmão de João Bosco e  autor de sucessos em vozes alheias. E não são poucos: de  As Aparencias Enganam,  Certas CançõesPra SemprePra Não Chorar)  e Perdão.  Diz o texto : 

O tímido mineiro de Ponte Nova, de uma família frondosa de 10 irmãos — todos interessados em música —, vem, desta vez, apostando tudo no sucesso pessoal. Domingo passado, o Programa do Faustão, da TV Globo, já exibiu o videoclipe do carro-chefe do LP, Prisão. A eterna situação boy-meets-girl da canção romântica possibilita a montagem de uma trama sensual. Um rapaz e uma moça descobrem ter alugado por engano o mesmo chalé, decidindo-se a compartilhá-lo, em todos os sentidos. A melodia se apoia na letra imediata: "Você caiu do céu, anjo lindo que apareceu com olhos de cristal".

Nesse disco, quem procurar paralelos entre os irmãos mais conhecidos da família Freitas Mucci, João Bosco e Tunai, não vai encontrar. João é preferencialmente um sambista, com eventuais incursões no velho bolero latino, como o clássico Dois pra Lá, Dolê pra Cá, associado às letras cinematográficas de Aldir Blanc ou Paulo Emílio. Tunai — apelido de Toninho, José Antônio, com o sotaque mineiro dos tempos em que jogava futebol a sério — é pérola em baladas. Baladas chegadas ao rock, como Todo de Bom, que lembra a caligrafia simplista de Guilherme Arantes. Ou mais aproximadas daquilo que o título já anuncia em Um Blues; essa com algum sotaque divãnico.



Mas Tunai, compreensivelmente, descarta essas comparações, apesar de reconhecer o auxílio inicial do irmão mais célebre, que o apresentou aos repertórios de Tom Jobim, João Gilberto, Ary Barroso e Dorival Caymmi. E o introduziu, já no Rio, a Vinicius de Moraes e ao pintor Scliar. João também foi decisivo na coragem de trocar um curso de engenharia, que ambos faziam, e a mineirice de Ponte Nova, terra do ídolo futebolístico de Tunai, Reinaldo (do Atlético), pela epidêmica turbulência artística do Rio. Aspas para ele: "Essa coisa de ficarem comparando o meu trabalho com o do João Bosco, só porque somos irmãos, é mais uma neura das pessoas que a gente acaba incorporando. Essa cobrança, inclusive, adiou minha vinda para cá. Talvez não me sentisse preparado para vir. Hoje, considero meu trabalho pronto, e em ascensão".

Quatro anos mais moço que João Bosco, Tunai também integrou o conjunto de rock do irmão, o X-Gang Rock, uma aventura adolescente ("só tocávamos o repertório dos Eagles") que o marcou, assim como as participações no Máfia Filho e seu Conjunto e no Jovem Brasa 5. Professor de violão das amigas das sete irmãs, estudando engenharia por obrigação ("Somos uma família musical, mas meu pai nunca viu com bons olhos esse negócio de música"), Tunai desenvolveu seu "lance de composição" em meio à Jovem Guarda, bossa nova e a explosão da Tropicália. Só se decidiu a largar a faculdade, porém, em 1979, quando Elis Regina incluiu quatro composições suas no show Essas Mulheres. De Tunai, falou a cantora em seu jeito arrebatado, numa entrevista da época: "Tô torcendo por esse cara, é uma pessoa incrível, um tipo obstinado. Resolveu que vai transar essa, tá batalhando feito um louco. Que me desculpe meus outros amigos, mas acho As Apartadas Enganam a mais forte do disco. Se todo mundo resolver compor naquela família, vou ter que fazer um disco Elis interpreta os Freitas Mucci. Eles são incríveis".

Elis tornou a música um clássico, tal como Gal Costa fez pouco tempo atrás com Eternamente ("Só mesmo o tempo pode revelar o lado oculto das paixões"), incluída neste Em Cartaz. Também Só de Amor, pontuada pelo sax de Léo Gandelman, é regravação. Em Delícias Deliciosas, seu LP do ano passado, Simone já a descobrira. Para ela, numa síntese, "Tunai é a própria natureza musical". Outras cantoras intérpretes das composições de Tunai têm opiniões igualmente entusiasmadas. Nana Caymmi: "Tunai é uma grande dose de otimismo no cenário da música atualmente". Faíza do Belém: "O que mais gosto nele é a maneira natural e brejeira — mineira — como fala de sensualidade. Sempre com um toque de humor".

Uma parcela significativa dessas impressões, no entanto, também deve ser creditada ao principal parceiro de Tunai, o letrista Sérgio Natureza, que também costuma compor com Paulinho da Viola (Vela no BreuÚltimo LanceBrancas e Pretas). "Conheci o Sérgio em 75, aqui no Rio, num show da Elis", lembra Tunai. "Eu cursava engenharia em Ouro Preto e pedi transferência para Belo Horizonte, para onde o Sérgio começou a ir com frequência, para trabalharmos juntos. De um modo geral, faço a música e ele coloca a letra. As Apartadas Enganam nasceu assim. Ele se tranca por seis, sete horas, rodando a fita cassete até concluir os versos. Apesar de minha vivência em cidade do interior, me sinto mais ligado aos temas urbanos e universais. E este é mais um ponto de identidade entre nós".

Tal coesão entre parceiros, também extensiva a Milton Nascimento (que escreveu com Tunai Mar de Nosso Amor) e Ana Terra (autora do poema de Pelo Ar do Brasil), dispensaria a padronização excessiva utilizada nos arranjos. Estes foram criados pelo grupo de base instrumental do disco, o notório Roupa Nova. Espécie de Toto brasileiro, esses hábeis músicos de estúdio dedicam-se a produzir um som rapidamente identificável, sob medida para as rádios que preferem a redundância musical. Melodista de grande talento, cantor ainda impreciso, Tunai deverá chegar a um êxito rápido com o passaporte sonoro "pronto" do Roupa Nova. Mas ainda poderá ir muito mais longe se procurar uma identidade autônoma para o seu estilo.



sábado, maio 24, 2025

Clarice Lispector.

 “Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim não falte.”


- Clarice Lispector.  


Clarice Lispector em seu apartamento na General Ribeiro da Costa, no Leme.


sexta-feira, maio 23, 2025

Viktor Kolár



Viktor Kolář: O Fotógrafo da Poesia Urbana e da Condição Humana

Viktor Kolář (nascido em 1941 em Ostrava, Tchéquia) é um dos mais importantes fotógrafos documentais da Europa Central, conhecido por suas imagens poéticas e cruas da vida cotidiana, especialmente em sua cidade natal, Ostrava — um centro industrial que ele transformou em palco de narrativas visuais profundas.

Trajetória e Influências
Contexto Histórico: Kolář cresceu na Tchecoslováquia sob o regime comunista, o que influenciou sua abordagem crítica e humanista.

Exílio no Canadá: Durante a Primavera de Praga (1968), fugiu para o Canadá, onde trabalhou como fotógrafo de rua, absorvendo influências da fotografia documental ocidental.

Retorno a Ostrava: Nos anos 1980, voltou à sua cidade para registrar sua transformação pós-industrial, focando em trabalhadores, crianças e cenários urbanos decadentes.

 
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Ostrava, Viktor Kolár

Sebastião Salgado - Um dos maiores fotografos do mundo

Eu numa exposiçãop de Sebastião Salgado 

Sebastião Ribeiro Salgado Júnio
Aimorés, 8 de fevereiro de 1944 – Paris, 23 de maio de 2025) 










 

quinta-feira, maio 22, 2025

Stuart Pearson Wright:


O Pintor do Estranhamento e da Narrativa Contemporânea

Stuart Pearson Wright (nascido em 1975 em Northampton, Inglaterra) é um dos artistas figurativos mais intrigantes da cena britânica contemporânea, conhecido por suas pinturas que misturam realismo meticuloso com um toque de surrealismo psicológico. Sua obra explora solidão, identidade e o absurdo da condição humana, muitas vezes com um humor ácido e melancólico.
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quarta-feira, maio 21, 2025

Botafogo dá 'olé' e vence Barcelona em B. Aires por 2 x 0

 

 Sexta-feira, 17 de julho de 1964

Botafogo dá 'olé' e vence Barcelona em B. Aires por 2 x 0

Com tentos de Gérson aos 44 minutos do primeiro tempo e de Joel aos 35' da fase complementar, o Botafogo derrotou na tarde de ontem, no gramado do Estádio do River Plate, em Buenos Aires, dando "olé" que foi bastante aplaudido pelo grande público presente no vice-campeão da Espanha, o clube Barcelona, pela contagem de 2x0, tudo numa tarde de sol, mas debaixo de muito frio (5 graus) na capital portenha. Essa foi a melhor partida efetuada pelo clube carioca que somente perdeu, nessa disputa pela "Copa Confraternização Ibero-Americano", para o Boca Juniors, tendo vencido o River e o Barcelona.

Gérson constituiu-se no melhor jogador em campo, seguido por Élton, sendo que o Botafogo fez uma partida brilhante. Devendo-se salientar que, se a primeira etapa foi boa, a fase complementar superou em muito o período inicial, pois as duas equipes apresentaram um futebol técnico dos melhores, frisando-se que os botafoguenses perderam nada menos do que 4 oportunidades de marcar tentos. Mané, como sempre, fez levar a defensiva espanhola ao pânico com suas jogadas desconcertantes. O Botafogo regressa, hoje, chegando ao Rio, às 18 horas.

Caso de Poltergeist em Suzano, SP

"Força Paranormal Põe Fogo nos Móveis"**  

*(Publicado em seção de "Casos Fantásticos" da revista Planeta, dedicada a fenômenos inexplicáveis)*  



### **Resumo do Caso**  

Em maio de um ano não especificado (década de 1980), uma família humilde do município de **Suzano (Grande São Paulo)** viveu uma série de fenômenos paranormais, incluindo:  

- **Poltergeist**: Pedras e cacos de tijolo voavam e atingiam a casa, quebrando telhas (mais de 200 destruídas), sem origem identificável.  

- **Parapirogenia**: Fogo espontâneo surgia em móveis (sofás, colchões, guarda-roupas), mesmo após serem encharcados com água. Testemunhas relataram chamas azuladas e focos internos "inexplicáveis".  

- **Vítima Central**: Mariazinha (nome real possivelmente Ivanilde de Souza, 15 anos), uma adolescente cuja presença parecia catalisar os fenômenos. Quando ela se mudou temporariamente, os eventos cessaram.  

### **Cronologia dos Fatos**  

1. **Início das Perturbações**: Pedradas e objetos voando por **dois anos**, inicialmente atribuídos a vandalismo.  

2. **Agravamento**: A família buscou ajuda da igreja. Um padre sugeriu que Mariazinha saísse de casa — durante sua ausência, os fenômenos pararam.  

3. **Retorno e Catástrofe**: Ao voltar, os ataques recomeçaram com maior intensidade, agora incluindo **incêndios espontâneos**.  

4. **Intervenção das Autoridades**:  

   - A polícia registrou o caso, mas não agiu até testemunhar os fogos.  

   - O perito policial **Natal Samuel de Lima** descreveu: *"O fogo nascia de dentro dos objetos... não é concebível pela física ou química"*.  

5. **Investigação Paranormal**: O **IBPP (Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiológicas)** documentou o caso, com fotos e depoimentos (incluindo do delegado João Lázaro Rodrigues).  

### **Possíveis Explicações Apresentadas**  

1. **Hipótese Mediúnica**:  

   - Mariazinha seria um **médium inconsciente**, com energia psicocinética típica de casos de *poltergeist* (comuns em adolescentes sob estresse).  

   - O IBPP sugeriu que uma "**entidade elemental**" (não humana) teria se manifestado.  

2. **Vingança Espiritual**:  

   - O marido de D. Marta havia tido um caso com **Carminha**, uma médium de umbanda que fez ameaças. Vestígios de "magia negra" foram encontrados perto da casa.  

3. **Fenômenos Físicos**:  

   - O fogo espontâneo (*parapirogenia*) foi comparado a casos internacionais, com chamas azuis e combustão anômala (temperaturas acima de 200°C em objetos úmidos).  

**1. Abordagem da Revista**:  

- A matéria segue o estilo sensacionalista da época, mas **cita fontes oficiais** (polícia, IBPP) e testemunhas idôneas.  

- O tom oscila entre o científico (termos como "parapirogenia") e o místico ("entidades elementais").  

**2. Contexto Cultural**:  

- Reflete a **crença em mediunidade e magia** nos anos 1980, especialmente em comunidades periféricas.  

- A associação entre *poltergeist* e **tensões familiares** (traição, pobreza) é um *topos* comum na parapsicologia.  

**3. Falhas Investigativas**:  

- Não há comprovação científica das chamas azuis ou da combustão espontânea.  

- A ligação com Carminha baseia-se em relatos, sem provas materiais.  


### **Trechos Chave**  

- **Perito Natal Samuel de Lima**:  

  *"O fogo vinha de dentro do colchão... Não é concebível pela física"*.  

- **IBPP**:  

  *"Mariazinha, uma adolescente frustrada, teria sido o 'vetor' de energias psicocinéticas"*.  

- **Delegado João Lázaro Rodrigues**:  

  *"Vi o fogo, queimei minha mão... A coisa aconteceu, e isso não se pode negar"*.  


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terça-feira, maio 20, 2025

"Garras Invisíveis Arranham Pessoas e Retalham Móveis

 ### **Transcrição e Análise da Reportagem da Revista Planeta  – Caso de Poltergeist em Guarulhos, SP**  



*(Publicado na seção de fenômenos paranormais da Revista Planeta, com pesquisa do IBPP – Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas)*  

### **Resumo do Caso**  

Entre **1973 e 1975**, uma família de **Guarulhos (SP)** viveu uma série de fenômenos violentos atribuídos a um *poltergeist* (termo alemão para "espírito brincalhão"), incluindo:  

- **Cortes misteriosos**: Móveis e pessoas eram "arranhados" por garras invisíveis, deixando marcas profundas.  

- **Chuva de pedras**: Pedras caíam no telhado, quebrando telhas, mas só se tornavam visíveis momentos antes do impacto.  

- **Fogo espontâneo** (*parapirogenia*): Incêndios surgiam dentro de armários fechados, colchões e roupas, mesmo sem fonte de ignição.  

- **Assédio direto**: Membros da família sofriam cortes no rosto e braços durante o sono, e objetos voavam sozinhos.  

A família, protestante, inicialmente atribuiu os eventos a um "teste divino", mas após anos de perseguição, buscou ajuda de pastores, médicos e até pesquisadores paranormais.  

### **Cronologia dos Fatos**  

1. **Início (1973)**:  

   - Cortes profundos aparecem em móveis, "como se feitos por garras".  

   - Pedras invisíveis quebram o telhado da casa.  

2. **Tentativas de Proteção**:  

   - A família recita o **Salmo 91** (contra "espanto noturno"), mas os fenômenos pioram.  

   - Um **exorcismo protestante** acalma temporariamente os eventos.  

3. **Mudanças e Perseguição**:  

   - A família se divide em duas casas, mas os fenômenos seguem **Manoel e Maria** (o casal mais atingido).  

   - A filha mais velha entra em **transe mediúnico** antes dos episódios.  

4. **Agravamento (1974-1975)**:  

   - **Fogo espontâneo** queima objetos selecionados (ex.: um armário fechado pegando fogo).  

   - **Materializações**: Velas acesas e facas cruzadas aparecem sob colchões.  

   - Dinheiro some e reaparece em "rolinhos" atirados contra as paredes.  

5. **Fim Relativo**:  

   - Após o nascimento da terceira filha, os fenômenos diminuem, mas não cessam totalmente.  

### **Investigação e Explicações**  

- **IBPP (Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas)**:  

  - Pesquisadores, incluindo o britânico **Guy Playfair**, documentaram o caso com fotos e depoimentos.  

  - Sugeriram que a filha mais velha (em transe) era um **médium inconsciente**, canalizando energia psicocinética (*poltergeist* clássico).  

- **Hipóteses Adicionais**:  

  - **Vingança espiritual**: Suspeita-se de uma "maldição" por conflitos familiares não detalhados.  

  - **Fenômenos físicos anômalos**: O fogo espontâneo desafiava leis da combustão (ex.: objetos úmidos pegando fogo).  

- **Falhas na Investigação**:  

  - Não houve análise científica das marcas de "garras" ou das pedras.  

  - A ligação com mediunidade baseava-se apenas em relatos subjetivos.  

1. **Abordagem da Revista**:  

   - **Sensacionalista**, mas com **documentação detalhada** (fotos, depoimentos de autoridades e pesquisadores).  

   - Mistura linguagem científica (*parapirogenia*, *telecinese*) com narrativas sobrenaturais ("força invisível").  

2. **Contexto Cultural**:  

   - Reflete a **crença em poltergeist** nos anos 1970-80, associado a adolescentes em crise (a filha mais velha como "foco").  

   - A família protestante interpretou os eventos através de **lens religiosas** (Salmo 91, exorcismos).  


3. **Paralelos com Outros Casos**:  

   - Similar ao **"Caso da Loja de Móveis" (PE, 1969)** e ao **"Poltergeist de Enfield" (Reino Unido, 1977)**, com objetos voando e marcas físicas.  

   - O fogo espontâneo lembra relatos de **combustão humana inexplicada**.  

4. **Legado**:  

   - O caso foi apresentado no **III Congresso Mundial de Psicotrônica (Tóquio, 1975)**, ganhando relevância internacional.  

   - Ilustra como fenômenos inexplicáveis eram (e são) interpretados através de **crenças locais** e **parapsicologia**.  

### **Trechos Chave**  

- **Perito do IBPP**:  

  *"As pedras só se tornavam visíveis a centímetros do telhado... e os cortes nas pessoas eram precisos como feitos por navalha"*.  

- **Manoel (vítima)**:  

  *"Encontrei facas cruzadas sob o colchão da minha filha... e o dinheiro do meu salário sumia e voltava em rolinhos"*.  

- **Revista Planeta**:  

  *"O poltergeist de Guarulhos parece ter feito as pazes com a família... mas ainda aparece de vez em quando, como fantasmas em castelos ingleses"*.  


### **Conclusão**  

O caso de Guarulhos é um **marco do jornalismo paranormal brasileiro**, equilibrando testemunhos impressionantes com tentativas de explicação científica. Embora faltem provas conclusivas, ele revela:  

1. Como comunidades lidavam com o "inexplicável" nos anos 1980.  

2. A interseção entre **religião, folclore e ciência marginal**.  

3. O fascínio duradouro por *poltergeists* — fenômenos que desafiam a física, mas encontram raízes na psicologia humana (estresse, conflitos familiares).  


**P.S.**: Casos como esse inspiraram obras como *"This House is Haunted"* de Guy Playfair e documentários sobre atividade paranormal, mostrando que o "mistério" ainda gera debate entre céticos e crentes.

segunda-feira, maio 19, 2025

domingo, maio 18, 2025

# Interpretando os Sonhos de David Lynch



Atenção:  Recebi essa ótima análise sobre Cidade dos sonhos, mas ainda procuro quem é o autor., 

# Interpretando os Sonhos de David Lynch  Há um motivo muito claro para a falta de legibilidade existente em determinados momentos deste novo trabalho de David Lynch, e não por parte da história, mas no braço da profissão: trata-se, na verdade, de um sonho (é curioso como, diante das hipóteses pelos trabalhos), uma boa-feira. E o mesmo que traduzi: *The Sixth Sense*, *Eyes Wide Shut* e *Mulholland Drive*.  

Não é à toa que as coisas não são o que parecem, já que Lynch não se contenta em surpreender o público ao revelar que tudo não passa de um sistema ilusório, mas também é importante. A protagonista é enfim como "vale" atraindo fora do outro encenador enquanto deseja ainda acontecer mais tempo, ou feito, e muitas vezes tenha seu longo sonho? E o que é mais interessante se realizou, ela não só chama Betty, nem Diane – e a menor troca do ensino ("evaso") se aplica à classe como personagem pelos que lhe simbolizado na primeira maneira de fazer, contudo como "várias pessoas dissuadas ao som do primeiro e percorrendo que há várias vagas" de cada um dos dançarinos).  

Mas estou me adiantando, certo? De mais tarde, certo que está mais profundo natural e que é real em *Cidade dos Sonhos*, para que você saiba, aqueles personagens? E foi por marca da casa de Kennedy? A maior parte destas informações é fornecida por Lynch em duas casas: durante a festa na casa de Adam Kesher e no diálogo da conversa que Diane tem com o assassino que contratou para matar Camilla.  

aura Harring and Naomi Watts - Mulholland Drive (2001)


## Então vamos lá:  

Depois de receber um horrível desprezo por sua tia Ruth, Diane viaja para Los Angeles para tentar a sorte como atriz, começando com as duas Ceras, etc., da incursidade para concordar de Diane. *A História de Sylvia Lewis*, mas é rejeitada, é oposta em províncias, Roch Bootte, Camilla e colocando-a bola. Camilla ficou para o capitalista, Pronto, Que está numa garantia assim; se tramando a família, o continente, muitas vezes, não era mais segura para atrás de sucesso, frequentemente armara pequenas jovens para a namorada em seus filhos.  

Infelizmente, nem tudo corre bem para as duas: durante as filmagens de seu novo projeto, Camilla se envolve com o diretor Adam Kesher, a câmara romposa e pela temporária. Depois de ser afastada, ele logo se deriva da esposa, abrandou-se e tornou-se com o rapaz responsável por língua e pirouza, descansado sem dúvidas na tia. Ense instala, Diane passa a livrar com Camille a ter sido, cara sobre o domínio para sua festa na mansão de Kesher, sem saber que será obrigada a testemunhar o assunto de exatamente de sua namorada e o cinema.  

Sentindo-se humilhada, Diane decide contratar um assassino profissional para eliminar Camilla, pagando 50 mil dólares pelo serviço. Depois de receber o dinheiro e aqui uma foto de sua vítima, o sujeito diz que Diane encontrará uma chave em seu novo apartamento quando o trabalho for concluído – e de fato, que a pessoa recebe o vasco de que sua ex-namorada está morta. No entanto, concluiu neles mesmos de uma hagoza nova que comentou Camille como quando, sorrindo, não consegue fazer de pensar no que fez. Tentando pelas lembranças e pela crueldade de sua mãe, Diane finalmente comete suicídio.  

Poste logo, que, esta complexa trama é revelada apenas sem vaga mistura finitação. *Cidade dos Sonhos* e PSNOS tem a ver com o que visão acontecendo até então, quando indiscriminávamos a pessoa o sonho do Diane sobre as investigações de Betty (Diane) e Rita (Camilla), que já descrevi na primeira parte deste artigo.  

Mas aqui não, para início de conversa, os indícios de que a história envolvendo Betty e Rita não passa, mesmo de um sonho? A primeira pista pode ser encontrada logo no início da projeção, quando somos outros moradores em um interesse a mesmos (algo que é auto-espelar, com outras adoções, estamos sendo Diamoflexy 1 se detata). Observe, também, como todos as fontes de luz mais raras possuíram parte do filme apresentam um centro difuso, ocultando um formato peculiar (em 7%) sob tudo e posse o seu aparecer atrás. Além disso, certos diálogos protestos no roteiro são uma clara missão ao caráter inauguário daquela ausência, sendo que os exemplos mais devidos são:  

- O apresentador do *Clube Silêncio* afirma que ali *"tudo é uma ilusão"*.  

- Quando resolve fugir para a publicação aos acordes sobre o núcleo ocorrido em *Mulholland Drive* (uma estrada), Betty diz: *"Taremos como nos filmes a gente frega ser outra pessoa"*. Esta referência aos filmes será abordada mais adiante, pois também é importante para a compreensão da história.  

- Quando telefona para Diane Selwyn, Betty diz: *"É estranho ligar para si mesma"*.  

- No momento em que Louise Bonner (a vizinha violenta) toca a campainha, a garota diz: *"Meu nome é Betty, só que é outra resposta." Não, não é.*  

Portanto, a partir do momento em que percebemos que estamos articulado ao sonho do Diane/Betty, alguns elementos se tornam mais exasperatórios, como o fato de Betty ser perfeita durante ela é inocente, simplista, pena, bolismas, talentos, independência, corajosa e causa forte impressão em todos que consideram fossem podemos perceber na cena em que ela faz um teste de interpretação e também no momento em que ela chega a Leo Arendt do mundo de um teste de velhismo que conheceu no sonho. Aliás, este casal também desempenha função importante na interpretação dos sonhos do menor, como explicarei mais tarde).  

Não é à toa que, em seus sonhos, Diane se imagina como a perfeita ‘heroína’ do Hollywood influenciada por uma cultura enorme cinematográfica (não se esqueçam de que ela realmente é aspirante a atriz, embora fracassada), a moça estrutura nas costas de forma parecida ao roteiro de um filme por, obedecendo-se no porte da ‘mocinha’, o incluindo vários elementos clássicos do género: a misteriosa mulher em fuga (Rita); a corrupção que domina a cidade; a visão cínica do mundo; os policiais com longas capas.  

s.

Bom dia !

 A cerveja é a prova de que

Deus nos ama
e quer que
sejamos felizes!



sábado, maio 17, 2025

"O Luxo e a Magia dos Velhos Cinemas" (jORNAL DO bRASIL - 31.10.83)

A matéria intitulada "O Luxo e a Magia dos Velhos Cinemas" aborda a transformação arquitetônica e cultural dos cinemas no Rio de Janeiro, destacando o contraste entre a grandiosidade e o fascínio das salas de cinema do passado e a banalização desses espaços na atualidade. O texto centra-se na pesquisa realizada por João Luiz Vieira, professor de cinema e diretor, que, em parceria com a arquiteta Marguerita Campos Ferrara, investigou a arquitetura dos cinemas cariocas entre as décadas de 1920 e 1980.

: O texto descreve a experiência quase mágica de frequentar os cinemas antigos, com sua arquitetura luxuosa, lustres de cristal, tapetes macios e cortinas douradas, que transportavam o espectador para um mundo de sonhos antes mesmo do filme começar.

 João Luiz Vieira ressalta o declínio drástico no número de salas de cinema no Rio de Janeiro, que passaram de quase 300 nos anos 1950 para apenas um terço desse número atualmente. Ele critica a perda da identidade arquitetônica desses espaços, que hoje se confundem com shoppings centers ou outros ambientes genéricos.

 A pesquisa destaca que a arquitetura dos cinemas antigos era um elemento central de sedução, criando uma atmosfera única que preparava o espectador para a experiência cinematográfica. Essa característica se perdeu nos cinemas modernos, que priorizam o consumo rápido e despersonalizado.

 A pesquisa resultou em um livro com 350 fotografias e legendas explicativas, além de exposições, como a realizada na Cinemateca do MAM. O trabalho de João Luiz Vieira é apresentado como uma espécie de arqueologia cultural, resgatando a memória e o significado desses espaços.

O texto evoca uma sensação de saudade e perda, enfatizando como a modernidade e a comercialização massificada erodiram a magia associada aos cinemas. A abordagem é subjetiva, refletindo a perspectiva pessoal de João Luiz Vieira, que vê na arquitetura dos cinemas antigos uma forma de arte e um veículo para o sonho coletivo. A matéria também sugere que a experiência cinematográfica atual, focada apenas no filme, perdeu a dimensão ritualística e simbólica que outrora a caracterizava.


Texto Integral

O LUXO E A MAGIA DOS VELHOS CINEMAS


Susane Schild

A ponta dos pés, o menino esticava o braço para pagar a entrada, os olhos não alcançavam o rosto da vendedora na bilheteria alta, bem acima do nível do chão. De entrada na mão, acompanhado da mãe ou do irmão mais velho, o menino atravessava o hall em direção à sala de espera, de paredes espelhadas, as escadarias de mármore conduzindo ao balcão, volumosos lustres de cristal pendentes do teto. A respiração contida no verdadeiro rito de passagem que transportava o espectador da realidade ao mundo do sonho, representado pela sala de projeção. O tapete macio, as cadeiras de madeira, as luzes que se apagavam gradualmente com pompa, a cortina dourada que se abria lentamente revelando a tela, emoldurada por uma arquitetura que conferia ao espaço um ar de eternidade.

João Luiz Vieira, carioca, 34 anos, criado na área da Leopoldina, nunca esquecera o impacto das primeiras vezes que foi ao cinema, a sua estreia inesquecível no Cine Itajá. Definindo-se como “um grande espectador”, transformou a paixão em material de trabalho. Professor de Cinema no Departamento de Cinema da Universidade Federal Fluminense, diretor de cineclubes, pesquisador e teórico, João Luiz sentiu-se um arqueólogo ao realizar, junto com a arquiteta Marguerita Campos Ferrara, o livro Quase Espaço do Sonho — Cinema e Arquitetura no Rio de Janeiro, primeiro trabalho do projeto Cinemateca promovido pela Embratel e dedicado à pesquisa.

Durante o período, João Luiz revirou arquivos, procurou fotos e textos — o mais importante foi reviver a experiência de percorrer as salas de cinema no Rio de Janeiro, muitas delas já desaparecidas. A sensação era de fazer uma viagem no tempo, penetrar em espaços que antes eram portais para o passado, como um arqueólogo em busca de pirâmides.

O ponto de partida de João Luiz foi selecionar os cinemas de aspectos arquitetônicos mais relevantes construídos entre 1920 e 1980, o apogeu da construção de salas de cinema no Brasil. Nos anos 1950, o Rio tinha dois milhões e meio de habitantes e quase 300 cinemas. Hoje, a população cresceu, enquanto o número de cinemas foi reduzido a um terço. O interesse de João Luiz foi justamente resgatar a arquitetura desses cinemas, que carregavam um fascínio inesquecível, marcante para quem os frequentava.

— Antigamente — lembra João Luiz —, e na verdade não faz tanto tempo assim, as pessoas iam ao cinema como um destino em si: ao Metro, ao Itajá. Hoje, as pessoas escolhem um filme.

O fascínio de João Luiz começa antes mesmo de o filme aparecer na tela. A arquitetura dos cinemas já era um exercício de sedução deliberado, um convite ao sonho. Lustres em forma de olho, tetos rebuscados, decorações suntuosas — tudo contribuía para criar uma atmosfera única.

Os cinemas Pathé, Palácio e Capitólio exibiram o mesmo filme — O Sinal da Cruz, de Cecil B. DeMille — em 1927. Dos três, apenas o primeiro sobreviveu, ainda hoje conservando seu teto ornamentado.

A arquitetura dos cinemas era uma maneira especial de colonizar o espírito do espectador, preparando-o para a experiência do sonho. Afinal, muitos cinemas brasileiros eram inspirados nos grandes cinemas americanos. O fascínio e a sedução do cinema começavam na arquitetura, que garantia o sonho antes mesmo da projeção.

Com páginas de texto e 350 fotografias com legendas explicativas, o resultado da pesquisa será publicado em breve pela Editora Polymétrica, com exposições na Cinemateca do MAM. Para João Luiz, resgatar esses espaços é resgatar parte de sua própria história — como no Cine Palácio, onde assistiu a Ben-Hur e O Rei dos Reis.

Os cinemas marcaram época, mas seu destino foi, em grande parte, a demolição ou a transformação em espaços genéricos. A arquitetura do cinema, outrora um portal para o sonho, hoje se confunde com corredores de shoppings ou saguões de bancos. Para João Luiz, a magia dos velhos cinemas permanece viva apenas na memória daqueles que, como ele, ainda se lembram do rito de passar por aquelas portas e se deixar levar pelo sonho.


sexta-feira, maio 16, 2025

Emily Coan



Emily Coan é uma artista plástica contemporânea conhecida por suas pinturas a óleo multicamadas e esmaltadas, que exploram temas como feminilidade, trabalho feminino e narrativas de contos de fadas. Nascida em 1991 em St. Petersburg, Flórida, ela atualmente vive e trabalha no Hudson Valley, Nova York 34.

Coan formou-se em Belas Artes (BFA) em Escultura pela Universidade da Flórida em 2013 e mudou-se para Nova York em 2015, onde inicialmente se dedicou à pintura 34.

Sua obra ganhou destaque em revistas como Interview Magazine, T Magazine, Artnet, Whitewall e Playboy, além de participar de exposições coletivas em galerias renomadas, como Sargent’s Daughters (Los Angeles), Palazzo Monti (Brescia) e Victoria Miro (Londres) 3.

Ela é representada pela galeria DIMIN, em Nova York, onde realizou sua quinta exposição individual, Spider Silk, em 2025 34.
 
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Grrls gone wild, Emily Coan (because)

quinta-feira, maio 15, 2025

PARABÉNS PRA VOCÊ

O texto explica a origem folclórica do bordão cantado após o "Parabéns pra Você", vinculando-o às tradições dos estudantes de Direito do Largo São Francisco.


O bordão cantado depois do Parabéns pra Você nasceu no Ponto Chic nos anos 1930. Foi fruto de uma mistura de palavras de ordem comum entre os estudantes de Direito do Largo São Francisco.

“É pique, é pique” era uma saudação ao estudante Ubirajara Martins, conhecido como Pic-Pic porque vivia com uma tesourinha aparando a barba e o bigode pontiagudo.

“É hora, é hora” era um grito de guerra no Ponto Chic. Os estudantes eram obrigados a aguardar meia hora por uma nova rodada de cerveja — era o tempo necessário para a bebida refrigerar em barras de gelo. Quando dava o tempo, eles gritavam:

“É meia hora, é hora, é hora, é hora, é hora!”

“Rá-tim-bun” refere-se a um rajá indiano chamado Timbum que visitou a faculdade e cativou os estudantes com a sonoridade de seu nome.



quarta-feira, maio 14, 2025

Rafael Alberti

 



Rafael Alberti (Porto de Santa Maria, Cádis, 16 de dezembro de 1902 — Porto de Santa Maria, 28 de outubro de 1999)  poeta espanhol, membro da chamada Geração de 27. 


"A Aurora de Nominadora"


Com investidas suaves e rosas, a madrugada te ia
pondo nomes.
Sonho equivocado, Anjo sem saída, Mentira de
chuva em bosque.
Ao limite da alma em que eu lembro dos rios,
duvidou, indecisa, imóvel:
Verilda estrela. Confusa luz em pranto. Cristal sem
vozes?
Não.

Erro de neve em água, teu nome.




"O paraíso perdido de Rafael Alberti"

(Artigo sobre o poeta)

Versos de 1929 mostram marca do surrealismo na obra do poeta espanhol.

Excerto do poema "A Aurora Denominadora" (continuação):

"Quando passou a reunião mais aguda e se pondo menos.
Sinto responsável. Aqui essa saída, Menaia de Nouvea Ribeiro.
As frases da família em que eu tenho dos réus,
Grafen, indicam, nunca!
Naquele sentido, Carlos Meu o pranto, Grau em vazia?
Não.
Eres de novo em jovens da fome."


A poesia de Alberti, especialmente em Sobre los Ángeles (1929), funde surrealismo com angústia existencial. Seus versos — repletos de anjos caídos, luzes confusas e nomes que se dissolvem ("Erro de neve em água") — refletem uma crise pessoal e o clima de vanguarda espanhola pré-Guerra Civil.

Influências:

  • Rilke: anjos como figuras metafísicas.

  • Góngora: imagens barrocas e fantasmagóricas.

  • Surrealismo: ruptura com a lógica, como em "Cristal sem vozes".

Fragmento do artigo:
"Os homens modernos foram juntos do que seus autores [...] O surrealismo não é um estilo, mas uma 'navalha de barbear' que corta a realidade. Alberti transforma a dor em paisagem alada."

(Texto truncado, com trechos ilegíveis ou fragmentados.)



dualidade de Rafael Alberti (1902–1999): de um lado, o poeta lírico que nomeia o indizível ("A Aurora de Nominadora"); de outro, o surrealista que desmonta a linguagem. A repetição de "Não" nos poemas sugere uma recusa — da lógica, da fé, ou até do próprio ato de nomear. Os desenhos mencionados (não reproduzidos aqui) reforçam seu diálogo entre palavra e imagem. O artigo, embora truncado, destaca como Alberti usou o surrealismo não como moda, mas como ferramenta de sobrevivência em um mundo à beira do abismo (a Espanha dos anos 1930).

terça-feira, maio 13, 2025

SEQUESTRADO POR UM DISCO VOADOR

Matéria Publicada na Revista Realidade – Março de 1976  

Quando o motorista argentino Dionísio Llanca contou sua aventura, ninguém acreditou. Mas uma equipe de cientistas examinou-o durante 45 dias. E concluiu que ele não havia mentido.  

Já passava da meia-noite quando Dionísio Llanca desligou a televisão e saiu da casa de seu tio Enrique Ruiz, em Bahía Blanca, no sul da Argentina. Caminhou oito quarteirões até onde deixara seu caminhão, carregado com materiais de construção. Decidira aproveitar aquela madrugada do dia 28 de outubro de 1973 para viajar até Río Gallegos, na província de Santa Cruz, mais ao sul, onde entregaria a carga do caminhão. Mas não completou essa viagem: uma hora depois, numa curva da Rota Nacional 3, a uns 19 quilômetros de Bahía Blanca, Dionísio foi sequestrado por um disco voador, que o abandonou depois, completamente desmemoriado, a 9 quilômetros dali.  

O caso despertou o interesse de investigadores científicos. Uma equipe formada por médicos, psicólogos, psiquiatras e hipnólogos submeteu Dionísio Llanca a exaustivas séries de testes. Em várias sessões de hipnose e narconálise, ele sempre contou a mesma história.  



Era 1h30 da madrugada quando parou seu caminhão no acostamento da estrada e desceu para examinar os pneus. Suspeitava de que um deles estivesse furado e esse receio se confirmou. Já estava colocando o macaco para trocar o pneu quando percebeu uma luz, um clarão amarelo sobre o pequeno bosque ao lado da estrada, junto a um córrego. Julgou de início que eram os faróis de iodo de um automóvel. Mas, de repente, a luz cresceu sobre a sua cabeça, iluminando as copas das árvores e resplandecendo sobre a superfície do córrego. Assustado, Dionísio largou suas ferramentas. E foi paralisado de assombro que avistou, a poucos metros de distância, três seres de aparência estranha. Vestiam macacões cinzentos colados ao corpo, luvas e botas alaranjadas. Tinham compridas cabeleiras ruivas, ombros muito largos e mais ou menos a mesma estatura: cerca de 1m85.  


Dionísio não conseguiu esboçar qualquer gesto de defesa quando um dos seres se aproximou e picou o dedo indicador de sua mão direita com um aparelho, parecido com um barbeador elétrico. Nesse momento, o motorista de caminhão perdeu totalmente os sentidos e só voltou a si 48 horas depois, num leito do Hospital Municipal de Bahía Blanca.  


Ainda no hospital, ele começou a recuperar a memória. Logo pode relembrar detalhes de seu fantástico sequestro. Seu caso apareceu nos jornais e, pouco depois, Dionísio era interrogado pela polícia. Acompanhado por um grupo de policiais, ele saiu à procura do caminhão, que foi encontrado no lugar que descrevera. Estava lá o pequeno bosque, o córrego e também os 150.000 pesos que ele dissera ter deixado no porta-luvas. A curiosidade em torno do caso aumentou. No dia 5 de novembro, Dionísio foi procurado por um grupo de cientistas e concordou em se submeter a qualquer prova para testar a veracidade de seu relato.  


Durante 45 dias, sob rigoroso controle médico, Dionísio Llanca foi examinado. Em transe hipnótico, ele fez, a pedido, diversos desenhos mostrando o que vira naquela madrugada de 28 de outubro. Num deles aparece o seu caminhão e a luz amarelada, ainda distante. Em outro, a luz já aparece a uns 5 metros acima das árvores. Nesses desenhos, Dionísio registra um detalhe que viria a ter especial importância: um cabo de alta tensão que atravessa o pequeno bosque.  



Nessas sessões de hipnose, Dionísio contou coisas que não conseguia lembrar quando estava consciente. Relatou, por exemplo, que, enquanto examinava os pneus do seu caminhão, um objeto de aparência metálica, com uns 7 metros de diâmetro, manteve-se flutuando no ar, sobre o bosque, como se estivesse observando toda a operação. Em determinado momento, esse aparelho lançou um facho de luz, pelo qual desceram os três seres, utilizando-o como se fosse uma rampa.  

Também sob hipnose, a descrição do interior do disco foi muito clara. Dionísio contou que ele tinha formato oval, com um grande painel que cobria todo o diâmetro interno. Em frente a esse painel, sentado diante de uma mesa coberta de instrumentos, avistou, ao entrar, outro dos estranhos seres. Um quinto tripulante observava uma tela de cristal onde se via o céu estrelado. Dionísio descreveu em desenhos vários instrumentos semelhantes a televisores, onde apareciam estrelas coloridas. A única mulher da tripulação estava diante de uma das mesas de instrumentos e deu-lhe a impressão de funcionar como uma espécie de enfermeira.  

Dionísio relembrou, sempre sob hipnose, que, ao ser levado para o disco voador, viu desprenderem-se dele duas mangueiras ou cabos flexíveis. Um deles mergulhou a extremidade na água do córrego e o outro encostou a extremidade no cabo de alta tensão que atravessa o bosque.  

Não percebeu quando o aparelho levantou voo, levando-o. Lembra-se que a mulher tripulante começou a examiná-lo logo que ele entrou no disco. Contou também que ela trocou suas luvas alaranjadas por outras, pretas, com pequenas seringas nas palmas. Ao tentar colocar uma dessas luvas sobre a fronte de Dionísio, a mulher provocou-lhe um hematoma no supercílio direito.  



Quando o exame terminou, o disco lançou novamente o facho de luz, usando-o para depositar suavemente sobre o solo o motorista de caminhão. Ele foi deixado a 9 quilômetros do lugar onde parara para examinar os pneus. Estava entre os vagões estacionados perto de uma estação ferroviária.  

Grande parte do que Dionísio Llanca revelou sob hipnose pôde ser confirmado pelos peritos policiais que investigaram o caso. Ao ser devolvido ao solo pelo disco voador, ele encontrava-se totalmente amnésico. Não sabia seu nome, nem onde estava. Começou a caminhar e logo avistou uma cidade. Não reconheceu Bahía Blanca. Passou por um posto de gasolina. O empregado do posto declarou que o viu às 2h45 da madrugada. Dionísio havia permanecido durante pouco mais de uma hora dentro do disco voador.  

Continuou caminhando pela estrada, completamente desorientado, até que o motorista de um automóvel levou-o a um posto policial. De lá foi levado a outro e pouco depois a um terceiro; pensavam que ele estava embriagado. Finalmente, às 7h30 da manhã, Dionísio foi levado ao Hospital Espanhol, em Bahía Blanca, onde foi recebido pela dra. Mabel Rosa Altaparro. Às 9 horas, chega o médico legista local, dr. Ricardo Smirnoff, examina Dionísio e ouve sua história, ainda confusa e incompleta, sobre as luzes no bosque e os três seres extraterrestres. Como não havia vaga no Hospital Espanhol, Dionísio foi levado para o Hospital Municipal, onde ficou até recuperar completamente a memória, 48 horas depois.  

Julgando que os testes de hipnose eram insuficientes, a equipe de cientistas que examinou Dionísio Llanca resolveu submetê-lo a uma sessão de narcoanálise. Ele não fez qualquer objeção, ansioso por descobrir mais detalhes sobre tudo o que lhe acontecera. Confessou não estar certo de ter vivido uma realidade ou um sonho.  

Foi dr. Ricardo Smirnoff que, como médico legista, acompanhou todos os testes feitos com Llanca, quem lhe injetou pentotal na veia. Sob o efeito dessa droga, o motorista de caminhão repetiu tudo o que havia contado nas sessões de hipnose. Não cometeu contradição alguma.  

O grupo de cientistas que investigou o caso foi encabeçado pelos três responsáveis pelo setor de Bahía Blanca da ONIFE (Organização Nacional de Investigação de Fenômenos Espaciais), dr. Agustín Luccisano, professor da Universidade de La Plata e diplomado em Medicina Aeroespacial pela Universidade de Sorbonne; dr. Juan Antonio Pérez del Cerro, presidente da Associação Argentina de Ontoanálise; e dr. Hector A. Solari, psicanalista. Participaram também do grupo o dr. García Del Cerro, psicanalista; dr. Eduardo Mata, psiquiatra; dra. Nora Milano, psicóloga; e dr. Eládio Santos, hipnólogo da Universidade del Sur e professor adjunto da Universidade de Buenos Aires.  

Dionísio Llanca foi submetido também a sucessivas baterias de testes para se avaliar a sua capacidade intelectual. Todos eles revelaram um nível de inteligência muito baixo. Segundo os doutores Hector Solari e Nora Milano, Dionísio é “incapaz de inventar e sustentar de forma coerente uma história tão complicada”.  

Durante as diversas sessões de hipnose foi possível, sob a supervisão de dr. Eduardo Mata, reconstituir a aparência dos seres que sequestraram Dionísio. Eles teriam pele branca, olhos oblíquos e grandes, sobrancelhas muito juntas, boca e nariz bem delineados e cabelos ruivos caindo até os ombros. Suas orelhas seriam maiores do que o normal em seres humanos. (Essa discriminação coincide com as das velhas lendas indígenas dos Andes sobre a aparição de “seres ruivos de face resplandecente”.)  

Informados a respeito do detalhe registrado por Dionísio Llanca nos desenhos em que mostra o aparecimento do disco voador — um cabo de alta tensão entre as árvores —, os engenheiros do Debax (Dirección de Energía de Buenos Aires) informaram que “no domingo, 28 de outubro de 1973, entre as 2 e as 3 horas da madrugada, subiu inexplicavelmente o consumo de energia elétrica em Bahía Blanca”.  

A investigação sobre o caso ainda está em aberto. Certamente ainda há vários aspectos pouco claros, embora os que examinaram Dionísio Llanca sejam unânimes em afirmar que ele não mentiu, isto é: contou exatamente aquilo que julgou ser a verdade. Para aqueles que já estão convencidos da existência dos discos voadores e de seres extraterrenos, as provas do caso Llanca são definitivas. E, para os que não acreditam, demonstrar que elas são falsas será difícil, mas impossível.  




Retrato falado dos tripulantes do disco, reconstituído por Dionísio:** tinham pele clara, mas seus olhos eram amendoados, como os orientais.  


*Análise do Caso Dionísio Llanca: Um Clássico da Ufologia Argentina

O relato de Dionísio Llanca, publicado na revista *Realidade* em março de 1976, é um dos casos mais intrigantes da ufologia latino-americana. A história, investigada por uma equipe multidisciplinar de cientistas, apresenta elementos que desafiam explicações convencionais. Abaixo, uma análise crítica dos principais aspectos do caso:  

. Credibilidade do Relato 

- **Consistência sob hipnose e narcoanálise**: Llanca manteve a mesma narrativa em diferentes sessões de hipnose e sob o efeito de pentotal sódico (soro da verdade), o que sugere que ele acreditava genuinamente no que relatava.  

- **Baixo nível intelectual**: Psicólogos e psiquiatras concluíram que Llanca não teria capacidade de inventar uma história tão complexa e coerente.  

- **Corroboradores físicos**: Seu caminhão foi encontrado exatamente onde descreveu, com o dinheiro intacto no porta-luvas, reforçando sua credibilidade.  

2. Evidências Anômalas*

- **Aumento inexplicável no consumo de energia**: Engenheiros confirmaram um pico de energia elétrica na região no momento do suposto avistamento, coincidindo com a descrição de Llanca sobre cabos conectados à rede de alta tensão.  

- **Descrição detalhada dos seres**: Os extraterrestres foram descritos como humanoides altos, de cabelos ruivos, olhos grandes e oblíquos, características recorrentes em outros relatos ufológicos (como o caso Villas-Boas e o incidente de Varginha).  

- **Tecnologia descrita**: O uso de luzes como "rampas", instrumentos semelhantes a telas de cristal e a suposta coleta de energia elétrica sugerem uma tecnologia avançada.

3. Possíveis Explicações**  

- A consistência do relato, a falta de motivação para fraude e os detalhes técnicos (como o consumo de energia) sustentam a ideia de um encontro real com um objeto não identificado.  

- A semelhança com lendas andinas sobre "seres ruivos de face resplandecente" pode indicar um possível registro histórico de fenômenos similares.  

#### **Hipótese Psicológica/Psiquiátrica**  

- **Amnésia dissociativa**: Llanca poderia ter sofrido um trauma (como um acidente ou assalto) e reconstruído a memória sob influência de cultura ufológica.  

- **Alucinação induzida**: A luz amarelada poderia ser um fenômeno natural (como um raio globular) que desencadeou uma experiência de abdução por sugestão.  

#### **Hipótese de Engano ou Fraude**  

- Apesar de os especialistas descartarem que Llanca tenha mentido deliberadamente, não se pode ignorar a possibilidade de um embuste bem elaborado (embora improvável, dada sua avaliação psicológica

4. Comparação com Outros Casos**  

- **Semelhanças com o Caso Villas-Boas (1957)**: Ambos envolvem seres humanoides, exames médicos a bordo de um UFO e descrição de tecnologia avançada.  

- **Paralelos com o Caso Travis Walton (1975)**: Abdução seguida de amnésia e relatos sob hipnose consistentes.  

5. Conclusão**  

O caso Dionísio Llanca permanece sem uma explicação definitiva. A investigação científica rigorosa, a ausência de contradições e os indícios físicos (como o pico de energia) tornam-no um dos relatos mais convincentes da ufologia. No entanto, a falta de provas materiais incontestáveis (como marcas físicas no local ou resíduos metálicos) deixa margem para dúvidas.  

Seja como experiência real, projeção psicológica ou fenômeno ainda não compreendido pela ciência, o caso continua a desafiar nossa compreensão do inexplicável.  

**Classificação no espectro ufológico:** **Alto grau de estranheza, moderada credibilidade.**  

**Referências:**  

- Revista *Realidade*, março de 1976.  

- Documentos da ONIFE (Organização Nacional de Investigação de Fenômenos Espaciais).  

- Depoimentos médicos e policiais arquivados em Bahía Blanca, Argentina.  

*(Esta análise baseia-se nos documentos disponíveis e não assume uma posição definitiva, mas explora as possibilidades dentro do rigor investigativo.)*