Tragédia com o "Bateau Mouche" matou 55 no réveillon de 1988
Fonte Folha Online
No dia 31 de dezembro de 1988, 55 pessoas morreram no naufrágio do iate "Bateau Mouche 4", na entrada da baía de Guanabara. O barco levava, segundo laudo da perícia, 142 passageiros, que assistiriam ao largo da praia de Copababana as comemorações pela passagem do ano.
Entre os mortos estavam a atriz Yara Amaral e o dono dos cosméticos Payot, Silvio Grotkowski. Os nove sócios e três funcionários da Bateau Mouche Rio Turismo (responsável pela embarcação), além de dez militares foram indiciados nos dois inquéritos da Marinha sobre o naufrágio do Bateau Mouche 4.
O inquérito pretendia apurar responsabilidades sobre o acidente e se houve superlotação e suborno aos funcionários da Companhia dos Portos. O laudo da perícia apontou que o barco transportava mais que o dobro da lotação autorizada, de 62 passageiros.
Os sócios majoritários da empresa Bateau Mouche Rio Turismo, os espanhóis Faustino Puertas Vidal e Avelino Rivera e o português Álvaro Costa, foram condenados por homicídio culposo, sonegação fiscal e formação de quadrilha, em maio de 1993, a quatro anos de prisão em regime semi-aberto (só dormiam na prisão), mas em fevereiro de 1994 eles fugiram para a Espanha.
Em 1999, o então ministro da Justiça, Renan Calheiros, pediu a extradição dos dois espanhóis, que tinham sido detidos pela Interpol, na Espanha. Em julho do mesmo ano a Justiça da Espanha negou o pedido de extradição de Rivera, mas aceitou o de Vidal, para que cumprisse no país a pena de quatro anos de prisão a que havia sido condenado.
Em abril de 2002, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a indisponibilidade dos bens dos sócios gerentes das empresas que respondem pelos danos causados pelo naufrágio do Bateau Mouche 4. A medida garantiu à União, condenada solidariamente com a Bateau Mouche Rio Turismo e a Itatiaia Agência de Viagens e Turismo a ressarcir os danos causados pelas mortes, a possibilidade de reaver a quantia cabível às empresas para indenizar as famílias das 55 vítimas da tragédia. Bernardo Amaral, filho da atriz Yara Amaral, morta no acidente, criou a associação a Bateau Mouche Nunca Mais para defender os parentes de vítimas da tragédia.
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