Há 10 anos...

"A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem acontecer, mas não podem ser guardados, a não ser na memória", 

Leonard Nimoy, Spock, no ultimo twitter, 23 de fevereiro de 2015.

Roberta Flack (1937-2025)

Morreu hoje (24.02.25) Roberta Flack. Com uma carreira que atravessou décadas, Roberta deixou um legado indelével na música, marcando gerações com sua voz suave, emotiva e profundamente expressiva. 

Roberta Flack nasceu em 10 de fevereiro de 1937, em Black Mountain, Carolina do Norte, e desde cedo demonstrou um talento extraordinário para a música. Formada em música clássica, ela trouxe uma sofisticação única para o mundo do pop, soul e R&B. Seu estilo inconfundível, que misturava jazz, soul e folk, conquistou ouvintes ao redor do mundo.

Seu álbum de estreia, "First Take" (1969), lançou sua carreira para o estrelato, mas foi com a música "The First Time Ever I Saw Your Face", originalmente gravada em 1969 e relançada em 1972, que ela alcançou o topo das paradas. A canção, uma interpretação emocionante e delicada, tornou-se um hino atemporal e rendeu a Roberta seu primeiro Grammy de Gravação do Ano em 1973.

Em seguida, veio outro marco: "Killing Me Softly with His Song", lançada em 1973. A música, com sua melodia hipnótica e letra poética, tornou-se um dos maiores sucessos de sua carreira, garantindo a Roberta seu segundo Grammy consecutivo de Gravação do Ano. Essa conquista fez dela a primeira artista a ganhar o prêmio duas vezes seguidas, um feito histórico.

David Bowie, Art Garfunkel, Paul Simon, Yoko Ono, John Lennon & Roberta Flack

Canções como "Feel Like Makin' Love", "Where Is the Love" (em dueto com Donny Hathaway) e "Tonight, I Celebrate My Love" (com Peabo Bryson) mostram sua versatilidade e capacidade de se conectar com o público em diferentes estilos e emoções.

Além de sua voz inigualável, Roberta era uma pianista talentosa e uma artista comprometida com a excelência musical. Sua dedicação à arte e sua busca pela perfeição inspiraram inúmeros artistas que vieram depois dela.

Roberta Flack também foi uma defensora da educação e das artes. Ela fundou a Roberta Flack School of Music em Bronx, Nova York, para oferecer oportunidades a jovens talentos e promover o acesso à educação musical. Seu compromisso com a comunidade e sua generosidade foram tão marcantes quanto sua música.

POSSESSION (1981) dir. Andrzej Zulawski

"Possession" (1981), dirigido por Andrzej Żuławski, é um filme de horror psicológico que desafia categorizações simples, misturando elementos de horror corporal, drama conjugal e alegoria política. Ambientado no contexto de uma Berlim dividida, o filme explora temas como identidade, alienação e a desintegração de relacionamentos, tanto pessoais quanto sociais.

A história segue Mark (Sam Neill), um espião que retorna para casa, onde vive com sua esposa Anna (Isabelle Adjani) e seu filho pequeno em Berlim Ocidental. Ele descobre que Anna quer o divórcio, e ao investigar as razões por trás dessa decisão, Mark desvenda segredos perturbadores, incluindo o envolvimento de Anna com um amante misterioso e sobrenatural. O filme mergulha em um pesadelo surreal à medida que o relacionamento de Mark e Anna se deteriora, culminando em sequências grotescas e alucinatórias.

   No cerne de "Possession" está a representação angustiante de um casamento em crise. O filme usa a desintegração do relacionamento de Mark e Anna como uma metáfora para o caos existencial e psicológico mais amplo. A transformação de Anna e seu envolvimento com o amante "monstruoso" podem ser interpretados como uma manifestação de seu caos interior e de seu desejo de libertação das amarras sociais e conjugais.

   Żuławski emprega o horror corporal para externalizar os estados psicológicos dos personagens. A criatura que Anna dá à luz (criada por Carlo Rambaldi) é uma representação visceral do relacionamento tóxico do casal e das consequências monstruosas de seu entrelaçamento emocional e físico. As imagens gráficas e perturbadoras do filme desafiam o espectador a confrontar os aspectos mais sombrios da natureza humana.

   Ambientado na Berlim da Guerra Fria, o filme pode ser lido como uma alegoria das divisões ideológicas e físicas da época. O relacionamento fragmentado de Mark e Anna espelha a tensão entre Oriente e Ocidente, enquanto a sensação de paranoia e instabilidade reflete o clima político do período.

   A atuação de Isabelle Adjani como Anna é amplamente aclamada, especialmente por sua interpretação crua e descontrolada de uma mulher à beira da loucura. A famosa cena do metrô, em que ela tem um colapso visceral e convulsivo, é um dos momentos mais marcantes do filme. A interpretação de Sam Neill como Mark também é intensa, capturando a descida do personagem à obsessão e à violência.

   "Possession" é deliberadamente ambíguo, recusando-se a fornecer explicações claras para seus eventos surreais. Essa abertura convida a múltiplas interpretações, tornando o filme um tema rico para análise. O uso de uma estrutura narrativa fragmentada e visuais oníricos por Żuławski cria uma sensação de desconforto e desorientação, mergulhando o espectador nas psiques fragmentadas dos personagens.

POSSESSION (1981)
dir. Andrzej Zulawski

Orquestrando.

“Mais importante que saber a hora de ir embora, 

é saber se deve ou não olhar para trás.”

— 

Supernatural.

: “A única razão de sermos tão apegados em memórias, é que elas não mudam mesmo que as pessoas tenham mudado.”

Bastidores de O Exorcista

Linda Blair, o primeiro assistente de direção Terrence Donnelly e o segundo assistente de direção Alan Green testam a cama levitante criada por Marcel Vercouter no set de O Exorcista.

NOSFERATU

NOSFERATU: A SYMPHONY OF HORROR (1922) dir. F. W. Murnau
NOSFERATUTHE VAMPYRE(1979) dir. Werner Herzog
NOSFERATU (2024) dir. Robert Eggers

Pigen med nålen / The Girl With the Needle locações

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Pigen med nålen / The Girl With the Needle
Magnus von Horn. 2024

Dagmar’s Delicatessen
Podmiejska 3, 57-500 Bystrzyca Kłodzka, Poland
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A personagens que inspirou a vilã de A garota com a Agulha

 Dagmar Johanne Amalie Overbye (1871–1929) foi uma figura controversa e tristemente célebre na história da Dinamarca, conhecida por seu envolvimento em uma série de infanticídios no início do século XX. Ela operava como uma parteira e cuidadora de crianças não desejadas, mas suas ações acabaram revelando um lado sombrio e criminoso.

Contexto Histórico

No final do século XIX e início do século XX, a Dinamarca, como muitos outros países, enfrentava questões sociais complexas relacionadas à pobreza, gravidez indesejada e falta de apoio às mães solteiras. Muitas mulheres, desesperadas e sem recursos, recorriam a métodos clandestinos para lidar com filhos não planejados. Foi nesse contexto que Dagmar Overbye surgiu como uma figura aparentemente útil, oferecendo-se para cuidar de crianças indesejadas em troca de pagamento.

Atividades Criminosas

Dagmar Overbye inicialmente ganhou a confiança de mães solteiras e famílias pobres, prometendo cuidar de suas crianças ou encontrar lares adotivos para elas. No entanto, ao invés de cumprir suas promessas, ela sistematicamente matava os bebês sob seus cuidados. Estima-se que ela tenha sido responsável pela morte de 25 a 50 crianças, embora o número exato nunca tenha sido confirmado.

Seus métodos incluíam abandono, negligência extrema e, em alguns casos, atos violentos diretos. Ela escondia os corpos das crianças em sua casa ou os descartava em locais próximos. Por anos, suas atividades passaram despercebidas, até que investigações policiais e denúncias de vizinhos levaram à sua captura.

Julgamento e Condenação

Dagmar Overbye foi presa em 1920 e seu julgamento chocou a Dinamarca. O caso expôs as falhas do sistema social da época e a vulnerabilidade das mulheres e crianças pobres. Durante o julgamento, Overbye mostrou poucos sinais de remorso, e sua frieza ao descrever os crimes aumentou a repulsa pública em relação a ela.

Ela foi condenada à prisão perpétua, mas devido a problemas de saúde mental, foi transferida para uma instituição psiquiátrica, onde morreu em 1929.

Legado

O caso de Dagmar Overbye tornou-se um marco na história criminal da Dinamarca e um exemplo sombrio das consequências da marginalização social e da falta de apoio às mães e crianças. Sua história inspirou livros, documentários e até obras de ficção, incluindo o filme The Girl with the Needle (2024), que parece explorar temas semelhantes de abandono, moralidade e desespero.

Dagmar Overbye é lembrada como uma das mais notórias criminosas da Dinamarca, e seu caso continua a servir como um alerta sobre as consequências trágicas da negligência social e da exploração dos mais vulneráveis.

A garota com a Agulha The Girl with the Needle (2024) |

The Girl with the Needle ( em dinamarquês : Pigen med nålen ) é uma obra-prima de terror psicológico histórico de 2024 dirigido por Magnus von Horn , a partir de um roteiro escrito por von Horn e Line Langebek. Ambientado em 1919, o filme é estrelado por Vic Carmen Sonne como uma jovem que começa a trabalhar como ama de leite em uma agência de adoção secreta para mães carentes, mas que começa a desconfiar da mulher que comanda a operação. É vagamente baseado na história real da assassina em série dinamarquesa Dagmar Overbye .

O filme foi selecionado para competir pela Palma de Ouro no 77º Festival de Cinema de Cannes , onde estreou em 15 de maio de 2024 com aclamação da crítica. Foi nomeado um dos 5 melhores filmes internacionais de 2024 pelo National Board of Review .  Foi indicado para Melhor Filme Estrangeiro no 82º Globo de Ouro e para Melhor Longa-Metragem Internacional no 97º Oscar .

The Girl with the Needle (2024) | dir. Magnus von Horn

Senhoras e senhores, olhem bem. Olhem diretamente para o que os jornais não escreveram. Olhem para o rosto da dor.

Jan Mandijn.

detalhe da pintura “Enseada das Bruxas”, atribuída a um seguidor de Jan Mandijn.

 

Aqui temos elementos de bruxaria ou mitologia, típica do estilo de Jan Mandijn, um pintor renascentista conhecido por suas cenas grotescas e imaginativas.