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sexta-feira, maio 28, 2021

Noturno em Maringá

Volto a dormir cedo pra acordar cedo .  Mas ainda tenho tempo de aproveitar as imagens noturnas da sacadinha do ape.   Foram noites ricas.  Sentirei falta do gato de luvas brancas em busca da arredia companheira. Do guarda noturno em sua motocicleta, sua sirene e sua luz. Durmam em paz, o vigia está aqui.  
Dos recicladores.  Daquele que vem a pé, de bicicleta, de moto com farol no capacete. Daquele que vem com o carrinho de supermercado. Onde anda o Chapeleiro Mágico?   Ele acenava pra mim...
No fundo, o celular embala um jazz na Vila Marumbi...
E do Uber que chega sempre no mesmo horário com o vizinho que vive perdendo a hora e os óculos dentro do carro?
Das  janelas dos apartamentos,  do reflexo das televisões  ou a parca luz dos insones. 
Dos eternos namorados  logo em frente. Dormem,  sabendo que o mestiço Hércules estará sempre atento apesar da idade avançada. 
Das meninas que chegam de algum canto ou de algum lugar. Eu ouço suas gargalhadas.  Todas estão de máscaras, afirmo.  Eu não crítico as pessoas que vivem a vida que não posso.
Então sentirei falta do céu.  Unico local aberto pra visitações. É nele que insisto. Insisto nos  discos voadores.  Se não existem, logo os crio. 
As minhas noites foram assim. Ninguém grita, ninguém apanha. Sem roubos ou mentiras . É  crua. A cidade respira em um anonimato. 
Hoje o Boa Noite será pra mim.

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