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sexta-feira, junho 15, 2018

Barbosa

Nesta noite de 1950, véspera da final da Copa do Mundo, Moacir Barbosa dormiu
embalado pelos anjos.
Era o homem mais amado do Brasil inteiro.
Mas, no dia seguinte, o melhor goleiro do mundo passou a ser um traidor da pátria:
Barbosa não tinha sido capaz de agarrar o gol uruguaio que arrebatou do Brasil a taça do
mundo.
Treze anos depois, quando o estádio do Maracanã renovou seus arcos, Barbosa levou com
ele os três pedaços de madeira onde aquele gol o havia humilhado. E partiu a madeira a
machadadas, e queimou tudo até tudo virar cinza.
O exorcismo não o salvou da maldição.

(Eduardo Galeano em "O Filho dos Dias")

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