Ano:1957
Diretor:Leo McCarey
Sinopse: Um playboy sem dinheiro conhece numa viagem de navio uma cantora por quem se apaixona. Prometem se encontrar dali a seis meses no alto do Empire State de Nova York mas a caminho ela sofre acidente.
Bastidores: Clássico romântico que o próprio diretor já havia filmado como Duas Vidas/Love Affair, com Irene Dunne e Charles Boyer, em 1938. Aqui ganhou números musicais (uma bela musica tema, Deborah dublada já por Marni Nixon, que faria o mesmo serviço por ela em O Rei e Eu) e um par brilhante (quando a fita foi homenageada com Sintonia de Amor provocou um Oscar especial para Deborah então já aposentada). Refeito mais tarde, por Warren Beatty com sua mulher Annette Bening como Segredos do Coração/Love Affair, 94, direção de Glenn Gordon Caron (ainda com Katharine Hepburn no elenco) .
Crítica: Outra fita que virou cult porque não é perfeita. Tem momentos musicais desnecessários, em particular as cenas com as crianças. Certas coisas não tem muita lógica (a demorada resolução final). Mas nem por isso deixa de ser encantador e apaixonante . Mais que isso, “adictivo”, ou seja vicia. Cada vez que você chegar a Nova York de avião e ver o Empire State vai se lembrar dele (e reparar que o alto dele é bem diferente do que mostram os filmes , porque sempre tudo é feito em estúdio). Se a primeira versão continua a ter seu charme (em particular porque Irene Dunne era uma grande atriz que teve a má sorte de ter todos seus filmes mais famosos refeitos e portanto ficaram fora de circulação por longos períodos, o que atrapalhou sua reputação) , aqui é que a fórmula dá toda certa. Os diálogos são charmosos, a música é o máximo do romantismo e principalmente a dupla central é excepcional. Não apenas Cary Grant (o que dizer dele? Será o cinema teve alguém mais elegante ,charmoso, fino e de tanta classe!) mas em particular Deborah Kerr, uma atriz maravilhosa (ela foi lançada para ameaçar a estrela Greer Garson e acabou sendo muito melhor que seu modelo). Em qualquer genero(vide Os Inocentes). Já tinham feito juntos, antes outra fita Dream Wife e mais tarde fariam outra Do Outro Lado, o Pecado, de Stanley Donen. Mas eram fracas e não lhe deram a mesma chance que aqui. Desde o primeiro encontro, eles combinam. Na ironia, no senso de humor, mesmo nos silêncios e olhares significativos. Dá para a gente acreditar que um esperaria pelo outro aqueles meses todos, por mais absurda que fosse a promessa. Como também dá para aceitar, a conclusão solucionada pelo quadro (francamente podiam ter pensado em algo melhor). Não importa, para românticos como nós, este é um prato cheio e delicioso.
"Winter must be cold for those with no warm memories… We´ve already missed spring."
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