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domingo, abril 06, 2014

Ecos de Charles Bukowski

Henry Charles Bukowski Jr (Nascido Heinrich Karl Bukowski Andernach, 16 de Agosto de 1920 – ± Los Angeles, 9 de Março de 1994) foi poeta, contista e romancista de origem alemã mas criado na América. Sua obra de caráter (incialmente) obsceno e estilo totalmente coloquial, com descrições de trabalhos braçais, porres e relacionamentos baratos, fascinaram gerações de jovens que buscavam uma obra com a qual pudessem se identificar. :


“Do outro lado da rua havia uma loja de discos. O alto-falante tocava música pra mim. Tudo parecia tão calmo e tranquilo lá fora. Ficava ali parado, de pé, tentando lembrar o que poderia ter feito. Sentia vontade de chorar, mas não saía lágrima alguma. Era só uma espécie de tristeza, de náusea, uma mistura de uma com a outra, não existe nada pior. Acho que você sabe o que quero dizer. Todo mundo, volta e meia, passa por isso. Só que comigo é muito frequente, acontece demais.”








“Quando chego em casa, daí posso pensar na morte. Só um pouquinho. Não muito. Não me preocupo com a morte ou não tenho pena de morrer. Parece uma tarefa desgraçada. Quando? Na próxima quarta-feira à noite? Ou quando estiver dormindo? Ou por causa da próxima terrível ressaca? Acidente de trânsito? É uma carga, é uma coisa que deve ser feita. E vou morrer sem acreditar em Deus. Isso vai ser bom, posso enfrentá-la de cabeça em pé. É uma coisa que você tem que fazer, como calçar os sapatos de manhã. Acho que vou ter saudades de escrever. Escrever é melhor que beber. E escrever enquanto você está bebendo sempre faz as paredes dançarem. Talvez haja um inferno, será? Se houver, lá estarei e sabem o que mais? Todos os poetas estarão lá, lendo seus trabalhos e eu vou ter que ouvir. Serei afogado por sua elegante vaidade, por sua transbordante autoestima. Se houver um inferno, este será o meu: um poeta atrás do outro lendo sem parar.”





 “Esperei o resto da tarde e durante todo o jantar que alguma coisa acontecesse, mas nada aconteceu. Fui para meu quarto depois do jantar e fiquei lá sentado esperando. Então chegou a hora de dormir e eu me deitei na cama esperando. Ouvi meu pai roncando no quarto ao lado, e ainda esperava. Aí dormi.”

“Por exemplo, sabem que a maior parte da raça humana é uma grande merda. Eu poderia ficar em casa. Poderia trancar a porta e brincar com tintas ou qualquer coisa assim. Mas, de alguma forma, tenho que sair, e ter a certeza que toda a humanidade é uma grande merda. Como se fosse mudar…”





 “As pessoas que resolviam as coisas em geral tinham muita persistência e um pouco de sorte. Se a gente persistisse o bastante, a sorte em geral chegava. Mas a maioria das pessoas não podia esperar a sorte, por isso desistia.”





 “Não liguei a televisão, descobri que quando a gente está mal essa filha da puta só faz a gente se sentir pior. Uma cara chata após a outra, parece não ter fim. Uma procissão interminável de idiotas, alguns famosos. Os cômicos não tinham graça e os dramas eram de quarta classe.”





 “Eu não tinha interesses. Eu não tinha interesse por nada. Não fazia a miníma idéia de como iria escapar. Os outros, ao menos, tinham algum gosto pela vida. Pareciam entender algo que me era inacessível. Talvez eu fosse retardado. Era possível. Freqüentemente me sentia inferior. Queria apenas encontrar um jeito de me afastar de todo mundo. Mas não havia lugar para ir. Suicídio? Jesus Cristo, apenas mais trabalho. Sentia que o ideal era poder dormir por uns cinco anos, mas isso eles não permitiriam.”



 “As pessoas me esvaziam. Preciso sair para me reabastecer.”

Charles Bukowski illustration portrait by Stavros Damos




 “O dia passava, em paz mas sem alegria.”

When I write, I’m the hero of my shit.- Charles Bukowski




 ““Some people never go crazy. What truly horrible lives they must lead.”



Charles e  Linda Lee Bukowski






“A poesia abre os olhos, cala a boca e estremece a alma.”





 “Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso

encontrar.”








 Vivir de cubos de basura

El viento sopla fuerte esta noche
Y es viento frío
Y pienso en los chicos
De la calle.
Espero que algunos tengan
Una botella de tinto.

Cuando estás en la calle
Es cuando te das cuenta de que
Todo
Tiene dueño
Y de que hay cerrojos en
Todo.
Así es como…


“‎Ela foi embora, e eu fiquei bêbado por três dias e três noites. Assim que recuperei a sobriedade, soube que meu emprego já era. Nunca voltei lá. Decidi limpar o apartamento, aspirei o chão, escovei as esquadrias das janelas, esfreguei a banheira e a pia, encerei o chão da cozinha, matei todas as aranhas e baratas, esvaziei e lavei os cinzeiros, lavei os pratos, areei a pia da cozinha, estendi toalhas limpas e coloquei um novo rolo de papel higiênico no banheiro. Devia ser a veadagem chegando, pensei. Quando ela finalmente voltou para casa acusou-me de ter trazido uma mulher aqui, pois parecia tudo limpo demais. No íntimo, eu seguia me dizendo que todas as mulheres do mundo não eram putas, somente a minha.”

 Bukowski em “Fáctotum”

 “Agora estou aqui escrevendo sobre eles. A gente tem que ser um pouco duro, se não eles ficam aporrinhando. Tive algumas experiências terríveis abrindo aquela porta. Muitos que acham que, de alguma forma, você vai convidá-los para entrar e para beber a noite toda. Prefiro beber sozinho. Um escritor não deve nada a seu leitor, exceto o seu texto. Ele não deve nada para o leitor, exceto a disponibilidade da página impressa. E, pior, muitos dos que batem à porta não são nem leitores. Só ouviram falar alguma coisa. O melhor leitor e a melhor pessoa são os que me recompensam com a sua ausência.”

 “Somos finos como papel. Existimos por acaso entre as porcentagens, temporariamente. E esta é a melhor e a pior parte, o fator temporal. E não há nada que se possa fazer sobre isso. Você pode sentar no topo de uma montanha e meditar por décadas e nada vai mudar. Você pode mudar a sí mesmo para ser aceitável, mas talvez isso também esteja errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos” - Charles Bukowski.

 O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece. Charles Bukowski

 Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas,psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas. Charles Bukowski

 Tudo o que era mau atraía-me: gostava de beber, era preguiçoso, não defendia nenhum deus, nenhuma, opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Eu estava instalado no vazio, na inexistência, e aceitava isso. Tudo isso fazia de mim uma pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito difícil. Charles Bukowski

 É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom,bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa. Charles Bukowski

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