Eu e Ana moramos bem perto da casa de Stefan Zweing (e na época, sonhávamos que um dia ela se transformaria em museu) |
Márcio Salerno para O Diário de Petrópolis
Hoje (sábado, 28.07.12) , às 10h30, será inaugurado oficialmente o Museu Casa Stefan Zweig, na Rua Gonçalves Dias, 34, Duas Pontes. Aproveitando a oportunidade, na ocasião ocorrerá o lançamento do livro ”Stefan & Lotte – Cartas da América’, única série de cartas de Lotte Zweig de que se tem notícia, e o maior conjunto de correspondências escrito por Stefan Zweig na América do Sul, agora lançadas no Brasil, 70 anos após a morte do casal e lançam nova luz sobre a biografia do autor e de sua mulher.
A organização e introdução são de Darién J. Davis e Oliver Marshall, a tradução de
Tradução: Eduardo Silva e Graça Salgado. O lançamento é da Versal Editores.
As muitas especulações sobre a relação do escritor Stefan Zweig com o governo e o povo brasileiros, sobre seu casamento com Lotte Zweig e os últimos anos de vida do casal durante o exílio no Brasil, enfim, serão esclarecidas nesta obra póstuma, pelos próprios protagonistas.
A obra é lançada em 2012 no Brasil não por acaso. Há 70 anos Stefan e Lotte cometeram suicídio na casa de número em Petrópolis, local onde se enconta o museu, um memorial dedicado aos refugiados da Europa nazista durante os anos 1930 e 1940. A natureza íntima da correspondência acrescenta muito ao conhecimento sobre o casal – inclusive o esforço desesperado de ambos para obter refúgio para amigos e colegas escritores tentando escapar da Europa, as mudanças bruscas de humor de Stefan, a asma de Lotte, as frustrações e os vazios do exílio, a ansiedade de ter de lidar com as incertezas, e os desafios de viajar, escrever e trabalhar juntos.
Às vezes otimistas, cada vez mais melancólicas, mas também muito espirituosas, revelando um senso de humor sarcástico, as cartas de Stefan e Lotte Zweig retratam claramente as oscilações de humor do casal durante seus últimos anos de vida. Desde que foram festejados como celebridades ao visitarem a Argentina e o Brasil em 1940-41, até ao autoimposto isolamento em Petrópolis em 1941-2, a correspondência faz a crônica minuciosa do gradual declínio dos Zweigs.
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