Em uma noite tempestuosa, o marido de Mary Shelley e Lorde Byron a premiam por ter escrito o conto "Frankenstein". Mas ela revela que ainda há mais para se saber, pois o monstro e seu criador haviam sobrevivido ao ataque no castelo. Depois de ser renunciado por Henry Frankenstein o monstro foge, aprende a ler e pronunciar suas primeiras palavras com a ajuda de um velho cego. De volta ao vilarejo, a criatura encontra-se com Pretorius, o mentor de Henry, e descobre que ele o fará uma noiva. Com uma enorme tempestade elétrica, a missão tem sucesso e a noiva de Frankenstein vive; mas o monstro descobrirá que é preciso muito mais do que o desejo para amar quando ela o rejeita. Sem saída, a criatura pede para que Henry e Elizabeth, que observava tudo inquieta desde o começo, que salvem suas vidas enquanto ele seguraria Pretorius e a noiva para morrerem na destruição do castelo
Título: A Noiva de Frankenstein (The Bride of Frankenstein)
Ano: 1935
Elenco: Boris Karloff (o monstro), Colin Clive (Henry Frankenstein), Elsa Lanchester (Mary Shelley/a noiva), Ernest Thesiger (Septimus Pretorius), Valerie Hobson (Elizabeth)
Diretor: James Whale.
Essa continuação direta a "Frankenstein" (1931) deveria ir aos cinemas já em 1932, mas problemas de produção e com o roteiro atrasaram sua estréia em 4 anos. Outros fatores envolveram a censura da época, pois várias cenas tiveram de ser re-escritas devido a seu conteúdo dúbio, na opinião dos censores. O filme foi um dos grandes sucessos daquele ano, embora a crítica tenha sido ferrenha pelo fato de serem apresentados muitos ritos e imagens católicas durante o longa.
Censura e Preconceito
O preconceito era um fator muito presente na época e um dos mais evidentes era o de liberdade de religião. Sendo os EUA um país protestante, a utilização de ritos e imagens católicas foi alvo de críticas ferrenhas. As que mais se destacam:
- O monstro está ao chão em posição semelhante ao Jesus crucificado;
- Após rezar, o velho cego dá vinho e pão ao monstro (representação do sangue e corpo de Cristo para os católicos);
- O monstro entra correndo em um cemitério e tenta arrancar a figura de Jesus de uma cruz (a cruz vazia é um símbolo das religiões protestantes, pois acreditam que Jesus não está morto e por isso não deve estar na cruz).
- Na Inglaterra e na China, a cena em que o monstro admira o corpo inanimado de sua noiva teve de ser cortada, pois os censores a consideraram "indução à necrofilia" (sexo com cadáveres);
- Devido às muitas cenas censuradas, a Universal retirou o filme dos cinemas da Suécia;
- Palestina, Trinidad e Hungria baniram o filme sob a alegação de ser "um insulto à obra de Deus";
- No Japão, a cena em que Pretorius corre atrás de um de seus monstro-miniaturas que caracterizava o rei Henrique VIII foi cortada por ser considerada "fazer um rei de idiota".
Interpretações homossexuais
O diretor James Whale era abertamente gay, assim como alguns de seus parceiros de trabalho. Os atores Colin Clive e Ernest Thesiger eram dados como gays ou, ao menos, bissexuais. Esse fato fez com que surgissem boatos de que Whale tivesse feito o monstro de um modo gay no que diz respeito a seus sentimentos e alguns atos. Assim:
- O monstro foi considerado bissexual por ter uma amizade extremamente próxima com o velho cego e ainda assim querer uma noiva;
- A amizade de Pretorius e o monstro foi considerada muito "marital";
- O fato de o monstro gostar de musicas tocadas ao violino e de ele ter chorado e demonstrado emoção, no fim do filme, deu aos críticos uma possível homossexualidade da criatura.
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