Um dos meus antigos blogs ainda na AOL. |
Num mundo sem Google nem Facebook, a America On-line era a dona da bola na internet e chegava ao Brasil no meio de um cenário efervescente. O ano era 1999 e a expectativa era enorme. Deu tudo errado, mas vale a pena relembrar a chegada da gigante por aqui.
Em janeiro de 1999, na edição 154, a INFO publicou a matéria “Uma revolução chamada AOL” e perguntou: A chegada da America Online pode virar do avesso a Internet brasileira. Quem vai sobrar?. O texto apresentava números convincentes sobre a gigante do momento.
Líder nos Estados Unidos, a AOL tinha 14 milhões de assinantes e faturava 3 bilhões de dólares anuais. A chegada à América Latina tinha o Brasil, a Argentina e o México como prioridades iniciais. Para tanto, a empresa investiu de 100 milhões de dólares para se estabelecer na região. Voltemos um pouco mais no tempo para entender o tamanho e a importância da provedora de acesso:
“Em dezembro de 1996, a AOL lançou uma política de acesso a preço fixo (sem limite de horas) por 19,95 dólares mensais, que mudou as regras do jogo da Internet. Seu crescimento foi explosivo. Nos últimos dois anos, além de comprar a CompuServe, encampou a companhia israelense Mirabilis, mãe do ICQ, e a Netscape”
A matéria da INFO seguia em frente explicando o modelo de negócio da operação brasileira:
“O negócio latino-americano seguirá o modelo de joint ventures de outros países. O grupo Cisneros, comandado por Gustavo Cisneros, entra com o dinheiro inicial. A AOL fornece a tecnologia, os conteúdos e a marca. Antes de colocar no ar a estrutura de acesso, o que deve demorar um ano, a America Online pretende marcar presença com a tradução do site AOL.com. O portal, de acesso livre, traz uma parcela ínfima dos conteúdos disponíveis para os assinantes. A AOL deve procurar acordos com as teles no Brasil, mas não pensa em comprar provedores. O grupo Cisneros tem setenta empresas em 39 países e outros 3 bilhões de dólares de faturamento.”
Como se sabe, todo esse poderio não adiantou para fazer a empresa deslanchar no Brasil. Por sorte, o Ctrl+Z contou com uma testemunha ocular dessa história, o editor de INFO Online, Felipe Zmoginski, que trabalhou na AOL Brasil em 2000 e conseguiu ver de perto os erros que a empresa cometeu do lado de baixo do Equador. A seguir, o depoimento de Felipe Zmoginski;
“Em 2000 havia grande expectativa de que a AOL pudesse repetir, no Brasil, a liderança que possuia nos Estados Unidos. Houve ainda mais euforia em 2001, quando a companhia fundiu-se ao grupo Time Warner e, então, nada parecia poder deter a dupla. Afinal, tratava-se do maior provedor de acesso à web do mundo e da maior empresa de mídia dos Estados Unidos.
Apesar de pesados investimentos em marketing, a tecnologia da AOL (baseada em browser proprietário, distribuído no varejo via CD-ROM) parece que nunca conquistou os brasileiros como fez em outras partes do mundo. Além disso, o próprio mercado de “provedores de internet” começou a não fazer muito sentido com o surgimento de provedores gratuitos e o advento da banda larga.
Quando ficou claro que as fontes de receita não seriam as assinaturas de provedor, mas sim o faturamento publicitário, a companhia tentou ajustar suas despesas e receitas. A partir de 2002, houve seguidos cortes e reestruturações. No modelo aberto, com um site web, e fora de seu browser proprietário, a AOL nunca conseguiu ter uma grande audiência ao competir com UOL, Terra e iG.
Na época, suas ferramentas muito promissoras, como AOL Busca, começavam a perder mercado irremediavelmente para o Google. No final de 2003, saí da AOL. No início de 2005, a companhia encerrou suas operações no Brasil.”
Um comentário :
Puts eu será uma assinante da sol. Tinha um cd de instalação pra entra na aol
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