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sábado, novembro 08, 2025

FRANKENSTEIN (2025) dir. Guillermo Del Toro


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Este “Frankenstein” (2025) tem roteiro, produção e direção de Del Toro.  O longa traduz o clássico gótico-científico de Shelley, mas o faz com profunda revisão: não apenas reconta a história do cientista que cria vida, mas amplia as questões existenciais, familiares e espirituais. 

Del Toro próprio afirma que não o vê como “um filme de horror” em primeiro lugar, mas como “uma história emocional” sobre paternidade, identidade, criação e criatura. 


Um dos temas centrais: quem é o verdadeiro monstro? Neste filme, Del Toro reforça a reciprocidade – o criador (Oscar Isaac como Victor Frankenstein) e a criatura (Jacob Elordi) trocam partes de narrativas e olhares. A criatura ganha voz, agência, sentimento moral: a sensação tradicional de “monstro apenas por monstruosidade” é subvertida. 

Para você, que estuda cinema de gênero e crítica, esse deslocamento – da criatura como antagonista para a criatura como vítima/fundamento de empatia – é significativo: conecta horror, sci-fi e tragédia numa moldura híbrida.


Del Toro aposta muito no “feito à mão”: grandes cenários, figurinos, maquiagem e design prático – ele rejeita ficar apenas no digital. Visualmente, a paleta explora vermelhos intensos, verdes, ambers, contrastes góticos — com forte influência de horror clássico e arte sacra. 

Importante: a criatura foi concebida como quase perfeito — não apenas uma colagem de cadáveres que deu errado, mas algo “novo” — com suturas e aparência anatômica formal, o que reforça o argumento de que a “monstruosidade” não está no que vemos, mas em como reagimos ao que vemos. 


O filme retoma várias ideias de Shelley: a ambição científica, a hybris de “ser como Deus”, a condição de ser excluído/socialmente rejeitado. Mas Del Toro estende para questões de paternidade, legado, identidade de filho-criado, e o que significa “viver” vs “sobreviver”. 

Por exemplo: a criatura decide que, embora imortal (diferente da versão de Shelley), precisa encontrar uma forma de viver. Isso conecta com temas de sci-fi (vida artificial, resiliência) e horror (sofrimento, rejeição), 


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