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sábado, dezembro 13, 2025

Diniz Neto


O programa Encontros com a Imprensa, da UEM FM, apresentado por Marcelo Bulgarelli, recebe Diniz Neto 

 Natural de Porto Alegre, ele costuma brincar que veio “da capital mais ao sul do país” trazendo sotaque, sonhos e a leveza de quem sempre encarou a comunicação como destino natural. Gremista assumido, chegou à cidade em 21 de junho de 1981 e logo se surpreendeu com o acolhimento. “Me tornei maringaense naturalmente”, relembra.

O jornalismo, segundo ele, não foi uma escolha, mas um caminho que sempre se impôs. Desde a infância, sempre que era preciso escrever ou falar, alguém o apontava. Na igreja, na escola, na universidade — na UFRGS — era ele quem assumia os boletins, jornais do centro acadêmico e projetos editoriais. Em Maringá, essa vocação encontrou novos espaços e desafios.

Sem emprego garantido, Diniz chegou como empreendedor. Rapidamente começou a produzir conteúdos para empresários, em uma época sem internet, WhatsApp ou e-mail. Seu primeiro trabalho formal de comunicação na cidade foi na Rádio Difusora, onde apresentava diariamente uma crônica ao meio-dia. Depois vieram experiências na Atalaia e Cultura, sempre ouvindo a população e entrevistando lideranças.

A aproximação com a política foi natural. Jovem, comunicativo e com vivência em debates desde os tempos de universidade — quando conviveu com figuras como Marcos Klasman e Dilma Rousseff — fez amizades com lideranças de Maringá e logo passou a atuar em campanhas eleitorais. Em 1982, apoiou a candidatura de Lindolfo Júnior e, dali em diante, nunca deixou de participar dos bastidores políticos.

No jornal O Diário, iniciou tentando escrever sobre a cidade, mas apenas anos depois assumiu a coluna política DNP, onde seu estilo direto e sintético ganhou força. Também produziu entrevistas na TV Maringá e, já mais adiante, integrou a equipe do Jornal do Povo e da CBN. Nesta última, viveu um momento marcante: defender a democracia ao vivo, durante um período de radicalização nacional. “É absurdo ter que defender o óbvio”, diz.

A transição para o jornalismo digital não o assustou. Já habituado a colunas curtas e ao Twitter de 140 caracteres, adaptou-se bem à linguagem objetiva dos portais. Hoje mantém o hojemaringa.com.br, refletindo sobre o impacto das transformações tecnológicas no modo de informar e de formar opinião.

Entre os muitos colegas que o marcaram, cita nomes como Gilson Aguiar, Vitor Simião, Luciana Penha, Wesley Liberetti, Elcina Camura e Rubens Dávila. Também destaca figuras fundamentais na trajetória local, como Frank Silva e Verdelírio Barbosa, além da convivência próxima com Francisco Cunha Pereira Filho, da Rede Paranaense.

Na vida pública, atuou como assessor de comunicação no governo Silvio Barros, a partir de 2007, após insistentes convites. Viveu ali um dos maiores aprendizados sobre gestão da comunicação pública e a responsabilidade de falar em nome de toda a cidade. Em 2009 saiu para coordenar a campanha de Edmar Arruda à Câmara Federal, desafio que considera bem-sucedido.

Sem mágoas acumuladas, Diniz afirma que sempre tentou ouvir os dois lados e manter amizades na comunicação. Reconhece que a profissão cria tensões e divergências, mas nunca inimigos. Atribui isso ao respeito, à pluralidade e à clareza de que nenhum jornalista está acima dos demais.

Hoje, aos 70+, mantém o olhar inquieto de quem deseja continuar se reinventando. O segredo para não envelhecer, diz ele, é simples: “Não parar”. Trabalhar, aprender, conviver, amar a família e viver intensamente — assim, afirma, a idade chega, mas não domina.

Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

Outros episódios no   Spotify.

Alexandre Gaioto Amarildo LegalAndreia Silva  Andye Iore -Antonio Carlos Moretti Antonio Roberto de Paula, Brenda Caramaschi Bruno PerukaClaudio Galetti Claudio Viola - Dayane BarbosaDiniz Neto -

Dirceu Herrero • Edilson PereiraEduardo Xavier Elaine Guarnieri Edvaldo Magro  Everton Barbosa Gilson Aguiar Ivan AmorimJuliane GuzzoniKris Schornobay Leonardo FilhoLuiz de Carvalho Messias MendesMilton Ravagnani - Paulo PupimRegina Daefiol Ricardo de Jesus Souza, o Salsicha Rogério Recco - Sandro IvanovskiSolange Riuzim Thaís Santana • Valdete da Graça • Vanessa Bellei Victor Ramalho


🎙️ Em breve no “Encontros com a Imprensa”

Cléber França,
Eduardo Cavalari,
Fernando Beteti,

Juliano Pinga Kaltoé,

Marcos Zanatta,

Natalya Garay,
Renata Mastromauro,
Roberta Pitarelli,
Robson Jardim,
Ronaldo Nezo,
Rose Machado,
Sérgio Mendes
e Sílvio Rocha.

Muesli "Functional Cereals".

 

Muesli sem glúten da marca "Functional Cereals"


*Ingredientes: 
Flocos de aveia integral 63%, uvas passas 10%, sementes de girassol 10%, pedaços de maçã seca, goji berries secas, pedaços secos de damasco (damascos 89%, farinha de arroz 2%), sementes de abóbora 4%.  

**ALÉRGICOS:** CONTÉM AVEIA. PODE CONTR AMENDOIM, NOZES. **NÃO CONTÉM GLÚTEN.**  

**FABRICADO POR:**  
FELICI LLC - Rīgas gatve 8, **Riga, LV-1013, Letônia**  
Company registration number: 40103641779  

**IMPORTADO E DISTRIBUÍDO POR:**  
IRMÃOS MUFFATO S.A. - Cambé - Paraná - Brasil  


**INFORMAÇÃO NUTRICIONAL**  
| Porção: 40g (1 xícara) | Por 100g | Por 40g | %VD* |  
|------------------------|----------|---------|------|  
| Valor Energético       | 395 kcal | 158 kcal | 8%   |  
| Carboidratos           | 54g      | 21.6g   | 7%   |  
| Proteínas              | 14g      | 5.6g    | 7%   |  
| Gorduras Totais        | 9g       | 3.6g    | 7%   |  
| Gorduras Saturadas     | 0g       | 0g      | 0%   |  
| Fibra Alimentar        | 13g      | 5.2g    | 21%  |  
| Açúcares               | 12g      | 4.8g    | **   |  
| Sódio                  | 0g       | 0g      | 0%   |  
*(% Valores Diários com base em dieta de 2000kcal)*  


  1. Fabricante Endereço original ilegível ("Adeã, Antei") → Riga, LV-1013, Letônia

sexta-feira, dezembro 12, 2025

Aunt Berta

"A história começou na Cozinha da Tia Berta há mais de 50 anos, onde pratos europeus tradicionais se misturavam genialmente com ingredientes mediterrâneos picantes. Hoje, a Tia Berta é uma fabricante de alimentos inovadora localizada na região do Mar da Galileia. (Israel)  



Fabricante e exportador: Beth-El Food Ltd. Tel.: +972-4-639 7733  

www.aunt-berta.com  



A vantagem é não ter açúcar adicionado. Vale a pena. 

Importado e distribuído no Brasil por

Irmãos Maritato S.A.  

SAC: 0800-200 8110  


quinta-feira, dezembro 11, 2025

Ecos from Isabelle Adjani in Possession (1981) dir. Andrzej Zulawski


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POSSESSION (1981)
dir. Andrzej Zulawski

Não consigo existir sozinho porque tenho medo de mim mesmo, porque sou o criador do meu próprio mal.”


Possessão (1981), dir. Andrzej Zulawski

 

quarta-feira, dezembro 10, 2025

Kitsault, a intrigante cidade fantasma canadens



🏙️ Origem e História

  • Fundação (1979–1980): Construída pela empresa Dome Petroleum para abrigar trabalhadores da mina de molibdênio (metal usado em ligas de aço).

  • Investimento: Cerca de C$ 50 milhões (equivalente a ~C$ 200 milhões hoje) para criar uma comunidade planejada de alto padrão.

  • Projeto: Projetada pelo arquiteto holandês Ludo Bierens, com infraestrutura moderna: casas, shopping, hospital, piscina, teatro, centro recreativo e até um pub.










⚠️ O Colapso e Abandono

  • Causa: Queda abrupta do preço do molibdênio no mercado global em 1982.

  • Fechamento: A mina foi fechada 18 meses após a inauguração da cidade.

  • Êxodo: Todos os 1.200 residentes deixaram Kitsault em apenas 3 dias (novembro de 1982).

🏚️ Estado Atual: Uma Cápsula do Tempo

  • Preservação surreal: As casas ainda têm móveis, eletrodomésticos, roupas em armários e até produtos nas prateleiras do shopping.

  • Infraestrutura intacta: Ruas pavimentadas, postes de luz, escola, hospital e instalações de lazer permanecem como em 1982.

  • Acesso restrito: A cidade é vigiada 24h e não aberta ao público. Visitas exigem permissão especial do proprietário.

👤 Propriedade e Futuro

  • Dono atual: O empresário Pritam Singh (desde 2005), que planejava reviver a cidade para projetos de GNL, mas sem sucesso.

  • Estado de conservação: Singh mantém a cidade propositalmente preservada, pagando manutenção (limpeza, segurança e reparos).

  • Localização: Vale remoto da costa norte da Colúmbia Britânica, acessível apenas por estrada de terra ou barco.

🎬 Curiosidades

  • Apareceu em documentários (ex.: Abandoned Engineering) e inspirou rumores de "cidade assombrada".

  • É comparada a Pripyat (Ucrânia) pela rapidez do abandono, mas sem desastre nuclear.

  • Cientistas já propuseram usá-la como "laboratório" para estudos de comunidades isoladas.

❓ Por que é fascinante?

Kitsault é um testemunho único de como fatores econômicos podem congelar o tempo em uma cidade inteira. Sua história reflete tanto a ambição humana quanto a fragilidade de projetos dependentes de commodities.

"Uma cidade nova que nunca envelheceu." — Descrição comum sobre Kitsault.

terça-feira, dezembro 09, 2025

Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, 1975)

Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, 1975) é um filme icônico dirigido por Sidney Lumet e estrelado por Al Pacino, baseado em um evento real ocorrido em 1972 no Brooklyn, Nova York. O filme mistura tensão, humor ácido e crítica social, tornando-se um clássico do cinema dos anos 1970.
🎬 Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, 1975): análise, curiosidades e legado do clássico de Sidney Lumet

Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, 1975) é um dos filmes mais marcantes dos anos 1970 e permanece atual até hoje. Dirigido por Sidney Lumet e estrelado por Al Pacino em uma de suas atuações mais intensas, o longa é baseado em um assalto real ocorrido em 1972 no Brooklyn, Nova York. A produção mistura drama, humor ácido e crítica social, consolidando-se como um clássico absoluto do cinema americano.

Sinopse de Um Dia de Cão

Na trama, Sonny Wortzik (Al Pacino) e seu cúmplice Sal (John Cazale) tentam assaltar um banco no Brooklyn. O que deveria ser um roubo rápido se transforma em um cerco policial que dura mais de 12 horas, transmitido ao vivo pela televisão. Com a imprensa em peso e uma multidão do lado de fora, Sonny se torna, inesperadamente, um “herói popular”, especialmente quando sua motivação é revelada: conseguir dinheiro para pagar a cirurgia de mudança de sexo de seu parceiro (interpretado por Chris Sarandon).

Baseado em fatos reais

O roteiro de Dog Day Afternoon é inspirado no artigo “The Boys in the Bank”, publicado pela revista Life. O texto narrava o assalto cometido por John Wojtowicz, cuja história serviu de base para o personagem Sonny. Essa ligação com a realidade trouxe ainda mais impacto ao filme, que mescla ficção com fortes elementos jornalísticos e sociais.

Reconhecimento e prêmios

O longa recebeu 6 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator (Al Pacino) e Melhor Roteiro Original (que acabou vencendo). O trabalho de Sidney Lumet foi amplamente elogiado pela forma crua e realista de retratar o episódio, sem cair em estereótipos de filmes de assalto.

Legado e impacto cultural

Um dos momentos mais memoráveis é quando Sonny grita “Attica!”, em referência ao massacre da prisão de Attica em 1971, denunciando abusos policiais. A cena se transformou em um símbolo de protesto e permanece até hoje como parte da cultura pop.

Com sua mistura de cinema político, tensão dramática e personagens complexos, Um Dia de Cão segue como uma obra indispensável para quem estuda ou ama a história do cinema.

Indicado a 6 Oscars, incluindo Melhor Roteiro e Melhor Ator (Pacino).

Baseado no artigo "The Boys in the Bank", sobre o assalto real de John Wojtowicz (que inspirou Sonny).

A frase "Attica!" entrou para a cultura pop como grito de protesto contra abuso policial.

 

segunda-feira, dezembro 08, 2025

O Agente Secreto

 Um thriller político de 2025 com 99% de aprovação no Rotten Tomatoes pode ser o melhor filme do ano.



POR PAULI POISUO   (via SlashFilm)

O mundo está cheio de filmes fantásticos que poucas pessoas viram, e cada vez mais filmes de qualidade desaparecem no limbo das joias esquecidas. Para salvar um dos melhores filmes de 2025 dessa pilha, permitam-me dedicar um momento para elogiar o incrível thriller "O Agente Secreto", do roteirista e diretor Kleber Mendonça Filho ( também responsável por "Bacurau", um dos faroestes mais estranhos que você já viu ). 

O filme é presença constante em diversas listas de "melhores do ano", além de ser a escolha do Brasil para o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2026 — sem mencionar o fato de ser um dos grandes favoritos a levar a estatueta para casa. Embora ainda não seja muito conhecido pelo público americano, "O Agente Secreto" já provou seu valor inúmeras vezes. Mendonça Filho foi eleito Melhor Diretor no Festival de Cannes de 2025, com o astro Wagner Moura ("Narcos") também levando o prêmio de Melhor Ator e o filme conquistando o Prêmio FIPRESCI. 



"O Agente Secreto" também recebeu aclamação da crítica, com uma pontuação quase perfeita de 99% no Tomatometer do Rotten Tomatoes. Em outras palavras, há uma boa chance de estarmos testemunhando o nascimento de um clássico — um filme com um pedigree que lhe confere um forte argumento para ser considerado o melhor filme do ano. 

Diversos dos melhores thrillers políticos  e  filmes de espionagem de todos os tempos  se inspiram em eventos reais de grande escala, como a Guerra Fria. Embora aparentemente trate tanto de política quanto de espionagem, "O Agente Secreto" evita em grande parte as armadilhas de ambos os gêneros e se concentra em um período muito específico e turbulento em um país muito específico — a saber, a ditadura militar brasileira, que durou de 1964 a 1985 e envolveu graves violações dos direitos políticos e humanos dos cidadãos. 

Ambientado em 1977, "O Agente Secreto" nos transporta para um momento em que esse período já devastou as pessoas por anos, mas ainda não há fim à vista. O foco principal é um professor chamado Armando (Moura), cuja missão misteriosa e inimigos poderosos formam um núcleo cativante — um ponto sensível de aparência gentil, porém vulnerável, em meio ao caos. No entanto, a verdadeira estrela do filme é o próprio caos. "O Agente Secreto" apresenta refugiados, assassinos de aluguel desesperados e pessoas justificadamente paranoicas que tentam (e geralmente falham) sobreviver em um mundo onde vidas humanas valem menos que nada. 

camisa da Chico Rei


O resultado final é uma descrição fascinante de um período turbulento e insensato da história, do qual poucas pessoas fora da América do Sul têm muito conhecimento. Ao adicionar toques de surrealismo e permitir que a história se desenrole em seu próprio ritmo — e até mesmo se recusando a detalhar alguns dos eventos brutais e estarrecedores que retrata — "O Agente Secreto" se eleva acima dos thrillers comuns. Não é tanto um filme, mas sim um vislumbre de memórias febris de uma época muito ruim da história, o que o torna ainda mais cativante. 




Robert de Niro

 Um domador de personagens que rejeita rótulo de ‘monstro sagrado’



Parceria perfeita com Scorsese e Brian De Palma
Ely Azeredo

(O GLOBO - sexta-feira, 6 de março de 1992.)

Robert De Niro já foi comparado a Marlon Brando, pelo talento, pelo carisma e pelas múltiplas personalidades exibidas na tela. O paralelo, porém, não resiste a maior exame. Com raras exceções (como o Dom Corleone de “O poderoso chefão”), as transformações da figura de Brando acompanharam mutações físicas do ator. E Brando, que popularizou o “símbolismo sexual” ao sair do Actor’s Studio e o empregou para chegar à mitologia de Hollywood, se rendeu ao conceito clássico de “monstro sagrado” no cinema. Numa tentativa de “sagrado”, batalha pela condição de “monstro”. Até as deformações físicas que busca (“O Touro Indomável”, “Os Intocáveis”, “Tempo de despertar”) para melhor expressar a síntese de seus personagens o parecem distinguir de Brando.

“Há várias pessoas dentro dele”, disse Elia Kazan. “Ele se realiza transformando-se em outros.”



Robert De Niro nasceu há 48 anos no bairro de Greenwich Village, Nova York, onde viviam seus pais, pintores, que se separaram quando ele ainda era criança. A mãe queria que ele fosse biólogo. Mas, aos 10 anos, De Niro já tinha a arte na cabeça, a ideia do teatro no coração. Estudou balé, integrou um disputado curso de arte dramática de Stella Adler, e depois passou pelo Actor’s Studio, de onde saíram os mitos Brando, James Dean, Montgomery Clift, Paul Newman, entre outros. Mas seu “star system” parece ter sido recusado. Aceita ter experiência de vida como base de interpretação, e chega à consagração com dois filmes de série “B” de Brian De Palma, ainda em 1968: “The wedding party” e “Hi, Mom!” (os dois filmes com Palma, mas também com De Niro, são “Greetings” (que proporcionou ao diretor um prêmio no Festival de Berlim) e sua continuação, “Hi, Mom!”). Em 1973, com “Caminhos perigosos” (“Mean streets”) — premiado pela crítica de Nova York — tem início sua integração afetiva e profissional com o clã de Martin Scorsese. Consagra-se com o cineasta, e se acredita em muita pesquisa e muito método: para poder mergulhar no mundinho da Little Italy nova-iorquina, ele conversando com delinquentes, observando o comportamento psicológico dos personagens. Quando Coppola o convida para “O poderoso chefão” — parte II — fundando o primeiro “Chefão”, vai à Sicília e aprende o dialeto local. Trabalha como chofer de táxi para viver o papel-título de “Taxi driver” — seu personagem mais antológico, símbolo do sob disfarce do americano.



A convicção de seu trabalho em “O franco-atirador”, em 1978, lhe deu o Oscar. Nesse tempo se conviveu com um drama pessoal: a morte de seu pai, em Ohio, aparentemente com câncer.

Aprendeu a tocar saxofone para fazer o músico de “New York, New York” e usar o play-back e outras técnicas tornassem talvez suportável seu esforço. Sua crise no hospital de “Tempo de despertar” foi elogiada por todos os colegas de elenco e os médicos.

Enfim, um “monstro” também sob outro disfarce. Foi De Niro que leu a autobiografia de Jake La Motta e deu a Scorsese a ideia de “O Touro Indomável”. Sua dedicação ao personagem foi máxima, sua aptidão para revelar as marcas internas dos personagens. Segundo La Motta, “ele devia ser um psiquiatra. Descobriu coisas sobre mim que nem eu mesmo sabia.”

A consagração não conteve a versatilidade e a presença de Robert De Niro. De “Era uma vez na América”, de Sergio Leone, a “O Poderoso chefão – parte II”, passando por “1900” e os “companheiros” (outras parcerias com Scorsese), seu talento foi reconhecido em vários filmes. O gênero sempre acrescentando alguma coisa à sua criação. Agora, De Niro atua como empresário produtor, em seus estúdios próprios — Tribe — em Nova York.

domingo, dezembro 07, 2025

PINCOYA

 PINCOYA


Chiloé: Historia, Mitología, Artilugios y Costumbres, Comidas Típicas, Medicina Popular, Supersticiones)

(Pinda, Picaflor)

Mujer de belleza extraordinaria en la cual se personifica la fertilidad de las costas de Chiloé y sus especies marinas.

A ella se le atribuye la escasez o abundancia de peces y mariscos.

La Pincoya suele aparecer en las costas con el Pincoy (su marido) el cual se sienta a cantar sobre una roca en donde atrae a la Pincoya y la envuelve con su voz melodiosa haciéndola entrar en una danza frenética, sensual y maravillosa. Si baila vuelta hacia el mar habrá mucha abundancia y si bailase vuelta hacia la playa habrá escasez.

Pescadores la han visto en los roqueríos peinando su cabellera larga. Cuando los chilotes naufragan la Pincoya acude a su auxilio.


🇧🇷 Tradução para o português:

PINCOYA
(Pinda, Beija-flor)

Mulher de beleza extraordinária, na qual se personifica a fertilidade das costas de Chiloé e de suas espécies marinhas.

A ela se atribui a escassez ou abundância de peixes e mariscos.

A Pincoya costuma aparecer nas costas junto com Pincoy (seu marido), que se senta para cantar sobre uma rocha, atraindo a Pincoya e envolvendo-a com sua voz melodiosa, fazendo com que ela entre numa dança frenética, sensual e maravilhosa.
Se ela dança voltada para o mar, haverá grande abundância.
Se ela dança voltada para a praia, haverá escassez.

Pescadores a viram entre as rochas penteando seus longos cabelos. Quando os chilotes naufragam, a Pincoya acorre em seu auxílio.


🔍 Análise interpretativa

🌊 Personificação da natureza e fertilidade

A Pincoya é uma figura mitológica que representa a fertilidade do mar, funcionando como um símbolo feminino ligado à abundância dos recursos naturais, especialmente peixes e mariscos — essenciais à economia e à sobrevivência costeira.

💃 Dança como ritual cósmico

Sua dança é um gesto ritualístico com poder de impactar diretamente o equilíbrio ecológico. A direção da dança (mar = fartura / praia = escassez) reforça a ligação entre os atos simbólicos e as consequências no mundo natural.

🧜‍♀️ Paralelos com mitos universais

  • Como as sereias da mitologia grega, ela é associada ao mar, à beleza e ao canto encantador (através do Pincoy).

  • Seu gesto de pentear os cabelos evoca imagens semelhantes às ninfas aquáticas em várias culturas, como as Iemanjás afro-brasileiras.

👩‍❤️‍👨 Pincoya e Pincoy: dualidade mística

O fato de a dança da Pincoya ser ativada pela canção do marido, o Pincoy, mostra uma dinâmica complementar de gênero e força mitológica — o canto masculino desperta o movimento feminino criador.

Protetora dos navegantes

Além de trazer fartura, a Pincoya também exerce papel de salvadora: ajuda os náufragos, o que a aproxima de figuras maternais ou divinas ligadas à proteção dos pescadores.

sábado, dezembro 06, 2025

Silent Night, Deadly Night (1984) - Natal Sangrento

“Eles acharam que poderiam fazer isso sem serem pegos.
Mas quando fazemos algo travesso, sempre somos pegos.
Então, somos punidos.
A punição é absoluta, a punição é boa.”

Silent Night, Deadly Night (1984), dir. Charles E. Sellier Jr.


 Silent Night, Deadly Night (1984)

O longa de Charles E. Sellier Jr. tornou-se um dos slashers mais controversos dos anos 80, não tanto por seu conteúdo — violento, mas alinhado ao que o gênero já apresentava — e sim por sua campanha de marketing e pela figura do Papai Noel transformado em assassino, algo que gerou protestos, boicotes e até a retirada temporária do filme de cartaz nos EUA.

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FIURA

 


Chiloé: Historia, Mitología, Artilugios y Costumbres, Comidas Típicas, Medicina Popular, Supersticiones

📜

Fiura = Feiura
Mulher repugnante, horrivelmente feia, de baixa estatura e hálito fétido.
Vive nos bosques, perto dos "Hualdes", nas vertentes ou cascatas, onde se penteia com prazer usando um pente de cristal.
Usa um vestido vermelho chamativo. Após o banho, senta-se sobre o musgo e permanece nua por horas.

É a personificação feminina da perversidade; incansável noiva dos solteiros.

Delicia-se em fazer o mal àqueles que a rejeitam — sejam humanos ou animais.
Seu hálito torce os seres: “os agarra”; para alguns, ela é filha da “Condená”, daí expressões como "foi tentado pela condenada", "olha a fiura", "condenado".

A Fiura tem grande poder de sedução, e uma vez saciado seu apetite sexual, enlouquece a vítima.
Seu hálito — chamado "Mal de Ar" — pode causar ciática, paralisia, deixar os animais mancos ou quebrados.

Se alguém deseja zombar de outro, grita: “onde vai essa fiura?”.


🔍 Análise:

A Fiura é um arquétipo monstruoso da feminilidade marginal, fundindo erotismo, feiura, loucura e doença. Ela subverte o ideal feminino clássico — é sedutora, mas feia; desejante, mas destrutiva.
Isso a aproxima de figuras como a Lâmia ou a Medusa.

Seu poder sexual, seguido de destruição, remete à antiga narrativa da mulher como tentadora e punitiva.
O “Mal de Aire” que ela transmite é uma metáfora ancestral para doenças inexplicáveis, sobretudo nas culturas rurais.