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domingo, agosto 10, 2025

Dayane Barbosa,

 
 No Encontros com a Imprensa, a jornalista Dayane  Barbosa, diretora do tradicional Jornal do Povo (único diário ainda impresso em Maringá), falou sobre sua trajetória à frente do veículo fundado por seu pai, Verdelirio Barbosa. 
 Dayane  Barbosa e o apresentador Marcelo Bulgarelli


. Com paixão e firmeza, ela compartilhou os desafios de manter um jornal impresso relevante em tempos de transformação digital, destacando a importância da imprensa local na defesa dos interesses da comunidade.
 Dayane contou como cresceu dentro da redação e como, após o falecimento do pai, assumiu a responsabilidade de dar continuidade ao legado familiar. A transição para o comando do jornal foi marcada  por um forte compromisso com a missão editorial de informar com independência e responsabilidade. 
 Ao longo da conversa, ela destacou o papel do jornalismo regional como um contraponto necessário à cobertura genérica dos grandes meios. Para Dayane, é na imprensa local que se constrói a proximidade com os leitores e se dá voz a temas que afetam diretamente a população, como políticas públicas, saúde, educação e cultura. F
alando sobre a relação com as novas tecnologias, Dayane explicou como o O Jornal do Povo tem buscado adaptar-se ao meio digital sem abandonar a versão impressa, considerada essencial para parte significativa do seu público. Ela ressaltou a importância de formar novas gerações de leitores e jornalistas comprometidos com a verdade e o interesse público.

Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

sábado, agosto 09, 2025

Elaine Guarnieri

 
Elaine Guarnieri e Marcelo Bulgarelli


A entrevista da Elayne Guarnieri foi daquelas que a gente escuta e fica com um nó na garganta e um sorriso no rosto ao mesmo tempo. Com um jeitão espontâneo e acolhedor, ela contou a própria trajetória com uma sinceridade rara. Desde os tempos de Mojimirim, ajudando a família e trabalhando ainda adolescente, até chegar à TV Globo, o que Elayne compartilhou não foi só uma história de superação, mas um retrato emocionante de persistência, coragem e fé no próprio caminho — mesmo quando quase ninguém mais acreditava.

O que mais impressiona na fala da Elayne é como ela transformou cada obstáculo em combustível. A dificuldade de pagar a faculdade, os livros que viraram xerox, a bike como transporte, o pão que às vezes nem vinha... Tudo isso faz parte de uma realidade que muitos brasileiros conhecem bem. Mas, em vez de se conformar, ela correu atrás, pediu apostila emprestada, assistiu programa de vestibular na TV, estudou sozinha, e seguiu firme. Foi assim que ela entrou na PUC Campinas com uma redação gabaritada. E foi assim que começou a traçar o caminho até a televisão.

Os bastidores dessa jornada são cheios de causos incríveis. A história do ônibus fretado que levava estudantes até Campinas, com um motorista chamado Jesus, virou símbolo de fé e esperança. Era Jesus que levava ela e tantos outros ao futuro. E mesmo com a mãe preocupada e descrente de que a filha conseguiria realizar um sonho “grande demais” para a realidade da família, Elayne provou que dava sim. E quando a mãe a apresentou com orgulho às colegas do hospital como “minha filha, repórter da Globo”, foi como se todos os nãos tivessem finalmente virado um enorme sim.

Na conversa com você, Elayne mostrou também um olhar muito maduro sobre a profissão. Reconheceu os erros do começo, relembrou os perrengues com chefes nada didáticos e refletiu sobre a sua evolução pessoal e profissional. E, mesmo depois de tantos anos na RPC Maringá, ela ainda se pergunta: “E se eu tivesse ido pro SBT em São Paulo?” — mas sem arrependimento, só com a consciência de que fez o melhor possível com o que tinha. E fez muito.

No fim das contas, a história da Elayne não é só dela. É a história de muita gente que acredita, insiste, sonha, cai e levanta. É a história de quem sabe que o sucesso não cai do céu — ele se constrói no suor, no estudo, nos tombos e nos recomeços. E que bom que histórias assim continuam sendo contadas em programas como Encontros com a Imprensa  


 Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.


sexta-feira, agosto 08, 2025

Messias Mendes

 
Marcelo Bulgarelli e Messias Mendes



No bate-papo com Manuel Messias Mendes Almeida, que rolou no programa "Encontros com a Imprensa", a gente mergulhou numa daquelas histórias que misturam jornalismo, memória afetiva e Brasil profundo. Messias, como prefere ser chamado, é daquelas figuras que carregam no corpo e na fala toda uma vivência de quem veio de baixo, passou por muita coisa, mas nunca perdeu o amor pela profissão. A conversa já começou com bom humor: ele me comparou ao Vinícius de Moraes, fisicamente — o que, convenhamos, é um baita elogio — e agradeceu o convite com um sorriso generoso no rosto.

Messias nasceu em Pintadas, na Bahia, lugar batizado por um fazendeiro que só comprava vacas... pintadas. A anedota já dava o tom da conversa: simples, rica e cheia de histórias saborosas. A mudança para Maringá veio nos anos 1960, no rastro da esperança que o café oferecia aos nordestinos. A família chegou de trem, o "pau-de-arara de luxo", e passou por momentos difíceis na lavoura até fugir da fazenda de madrugada por causa de dívidas. Acabaram ficando em Maringá — e sorte da cidade, que ganhou ali um cronista do cotidiano.

Foi na lida como engraxate, aos 12 anos, que o jornalismo encontrou Messias. Ele começou levando notícias para as rádios e jornais da cidade, até ganhar seu primeiro emprego de verdade por causa... de um cachimbo! Uma história tão curiosa quanto simbólica: era preciso sensibilidade, simpatia e um bom presente para conquistar espaço. E ele conquistou. De office boy virou repórter, depois editor, e ao longo de décadas construiu uma carreira admirável, marcada pela dedicação e pela paixão pela escrita.

Messias passou por jornais impressos, TV, rádio, foi pioneiro no jornalismo multimídia local e esteve à frente da lendária revista Pois É, que nasceu de um improviso e virou símbolo de uma época. Ele também não esquece suas raízes: contou como foi morar na antiga favela Cleópatra, em Maringá, onde viveu até conseguir se mudar para uma "casinha de assoalho" — um avanço digno de comemoração. É uma vida que atravessa o Brasil da migração, do trabalho duro, das mudanças políticas e sociais.

O que fica da entrevista com Messias Mendes é a força de alguém que nunca parou de acreditar na palavra, no poder da informação e na responsabilidade do jornalista com a memória e a verdade. Aos 74 anos, ele ainda carrega o brilho no olhar e a clareza de quem viveu tudo de forma intensa. O tipo de convidado que a gente escuta e sai melhor do que entrou. Se você perdeu, vale a pena procurar e ouvir com calma. É aula de história, de vida e de jornalismo.

Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

quinta-feira, agosto 07, 2025

Regina Daefiol

 

 


A entrevista com a jornalista Regina Célia Daefiol foi um verdadeiro mergulho na história do jornalismo local, recheado de causos, reflexões e boas risadas.

Regina Daefiol  e Marcelo Bulgarelli

 Com aquele jeitinho sincero e direto, Regina falou sobre a trajetória que começou lá em Londrina, revisando textos na Folha de Londrina antes mesmo de se formar. E foi justamente no último ano da faculdade que ela se mudou pra Maringá, acompanhando o namorado Dirceu e arranjando trabalho na TV Manchete. Daí em diante, sua história se entrelaça com a da cidade.

Durante a conversa, ficou claro o amor da Regina pelo jornalismo de verdade, aquele que vai atrás da denúncia, que se mete onde ninguém quer mexer. Ela contou, por exemplo, de uma matéria que fez sobre o serviço funerário em Maringá — com direito a briga entre funerárias e pressão dos bastidores. Mesmo com as consequências, ela se orgulha até hoje da reportagem. E fez questão de dizer: esse tipo de apuração faz falta no jornalismo atual, que anda cada vez mais apressado, superficial e engessado.

Outra parte divertida da entrevista foram os perrengues de bastidores. Quem diria que uma tentativa frustrada de montar num cavalo gigante viraria uma das cenas mais memoráveis de making of? Ou o caos que foi cobrir a visita de Collor em campanha, com cabos enrolando as pernas dos repórteres no palanque! Esses episódios mostram o lado humano e às vezes cômico de uma profissão que exige muito jogo de cintura.

Regina também deu uma verdadeira aula sobre a importância da experiência em redação para quem trabalha com assessoria de imprensa. Segundo ela, só entende o que é notícia quem já esteve do outro lado — como repórter, editor, pauteiro. E não escondeu sua bronca com a função de pauteira, que ela considera ingrata, sobrecarregada e subestimada. Mesmo assim, reconhece o valor de quem consegue segurar as pontas e fazer tudo girar dentro de uma redação.

Com mais de 30 anos de estrada, Regina Daefiol mostrou que, mesmo fora da TV, continua atenta, crítica e apaixonada pelo jornalismo. Falou das fake news, da precarização do trabalho e da resistência que ainda existe nas produções independentes. E deixou um recado importante: não dá pra ter democracia forte com jornalismo fraco. Uma conversa cheia de memória, análise e aquele bom humor que só quem viveu tudo isso consegue compartilhar. 



   Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.



quarta-feira, agosto 06, 2025

ASC - Assessoria de Comunicação UEM

 

Assessoria de Comunicação Universidade Estadual de
Maringá em 2025 - UEM - Monica Chagas, Marcelo Bulgarelli, 
Marilayde Costa e Adriana Cardoso


Chico Buarque: O polivalente da arte

 Chico Buarque    REVISTA AMIGA N 428 - 02 08 1978



Os teóricos do futebol que nos perdoem, mas "polivalente" é Chico Buarque. Ele encara qualquer campo: teatro, cinema, disco. Faz "tabela" com parceiros de hoje ou de outros séculos, sem jamais deixar cair o nível de suas criações. Sua obra mais recente — Ópera do Malandro — inova e abre espaço para o musical brasileiro. Para essa comédia, Chico Buarque criou 17 novas músicas dos mais variados ritmos: chorinho, canção, samba, fox-trot, bolero, marchinha, samba-canção, valsinha, tango, beguine e até música clássica. Pois, numa inédita parceria, ele botou letra em melodias de Verdi, Puccini e Wagner para compor o epílogo do espetáculo.

A Ópera do Malandro

O texto da Ópera do Malandro é uma adaptação livre da Ópera do Mendigo, de John Gay (escrita em 1728), com elementos que Chico Buarque colheu na Ópera dos Três Vinténs, que Brecht escreveu em 1938. O trabalho de pesquisa ele dividiu com Marina Severo e um grupo de amigos — Luís Antônio Martínez Correa, Rita Murtinho, Maurício Sette e Carlos Gregório.

"A ideia original era traduzir a Ópera dos Três Vinténs, de Brecht. Depois pensamos em adaptar para a realidade brasileira a peça Joana do Maladouro, de um autor. Uma adaptação à maneira de Brecht, que pegava textos dos outros, adaptava e recriava em cima", explica Chico.

A peça, que estreou em 14 de julho de 1978 no Teatro Ginástico, sob direção de Luís Antônio Martínez Correa, tem um elenco de 22 atores, incluindo Marieta Severo, Ary Fontoura, Maria Alice Vergueiro e Neuza Borges.

O disco da Ópera

Chico revela que o disco da Ópera do Malandro seria lançado junto com a peça, mas o projeto foi adiado. "Queremos um disco ligado mesmo à Ópera, com todas as músicas, fotos, textos, talvez um álbum duplo", diz. Enquanto isso, seu próximo LP solo, com a música "Feijoada Completa", deve sair entre setembro e outubro.

Chico e o teatro

Sobre seu processo criativo, Chico comenta: "Em Gota D’Água, Paulo Pontes escreveu e eu dei a forma final. Já na Ópera, o trabalho foi de conjunto". Ele também brinca com uma citação de Brecht adaptada: "Aquele alemão que escreve para teatro, o tal de Brecht, que rouba as ideias dos outros e faz coisas maravilhosas".

Shows? Só se for inevitável

Chico não se apresenta em shows há dois anos. "Não é timidez. É falta de jeito. Gosto mesmo é do trabalho de criação", afirma. E sobre interpretar suas próprias músicas? "O Caymmi pode dizer que é o melhor intérprete de si mesmo. Eu prefiro a Bethânia cantando minhas coisas".


*Fonte: Revista Amiga, edição 428, 02/08/1978*

terça-feira, agosto 05, 2025

Kris Schornobay

Kris Schornobay  e Marcelo Bulgarelli





Quem vê a Kris Schornobay hoje, jornalista experiente e articulada, talvez nem imagine que tudo começou meio por acaso, com um vestibular feito nas férias, sem muita pretensão. Nascida em Foz do Iguaçu, ela cresceu ouvindo três idiomas e convivendo com turistas, exilados e todo tipo de história de fronteira. “Eu só percebi o estigma de Foz quando saí de lá”, contou. Mas, apesar da fama da cidade, ela se orgulha profundamente de suas raízes.

A entrada no jornalismo veio depois de uma tentativa frustrada de cursar psicologia. O curso na UEPG, com foco mais voltado para o impresso, não impediu Kris de seguir para a televisão – onde, aliás, construiu praticamente toda a sua carreira. “Eu sempre me considerei jornalista, não só repórter ou produtora”, disse, destacando que o jornalismo de TV muitas vezes peca pelo personalismo e pela aparência, especialmente no caso das mulheres. E ela falou disso com muita franqueza: “As pessoas não ouviam o que eu dizia, só reparavam na cor da blusa”.

A passagem por várias cidades, como Guarapuava, Ponta Grossa e, claro, Maringá, foi recheada de histórias. Foi em Maringá, inclusive, que ela se estabeleceu com o companheiro, também da área, e conciliou maternidade com redação. Seu filho literalmente cresceu no meio da equipe de TV. Mas nem tudo são flores: Kris também falou com coragem sobre o ambiente machista e tóxico das redações. “Eu era tida como brava, mas era o meu jeito de me proteger”, explicou.

A entrevista também teve espaço para reflexões mais profundas sobre o atual momento do jornalismo. Kris criticou o modelo do vídeo repórter, que acumula funções em nome da economia, e falou com propriedade sobre os perigos dessa precarização. “Tem jornalista sendo assaltado ao vivo. Isso não é normal, não é seguro”. E ela defende a regulamentação da internet com argumentos firmes, especialmente quando o tema envolve a exposição de crianças.

Para fechar, Kris falou de saúde mental na profissão – assunto que conhece bem, inclusive por experiência própria. “Você se protege de um lado e se expõe de outro”, disse, ao comentar como lidava com o assédio e a pressão no trabalho. A jornalista deixou claro que, apesar de tudo, ainda acredita na importância do bom jornalismo, com ética, conteúdo e responsabilidade social. Uma conversa potente, humana e cheia de histórias que merecem ser ouvidas.

Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

Renato Canini e Zé Carioca:

A Revolução Brasileira nos Quadrinhos Disney



A relação entre Renato Canini (1936-2013) e o personagem Zé Carioca marcou uma das fases mais autênticas e culturalmente ricas dos quadrinhos Disney no Brasil. Canini, um gaúcho de Porto Alegre, não apenas desenhou o malandro carioca como redefiniu sua identidade, tornando-o um símbolo do humor e da brasilidade.


Quem foi Renato Canini?

  • Formação: Começou como ilustrador de publicidade e chargista político, com traço ágil e expressivo.

  • Entrada na Disney: Em 1971, foi contratado pela Editora Abril, onde trabalhou ao lado de nomes como Carlos Edgard Herrero e Ivan Saidenberg.

  • Estilo Único: Misturava o cartum com detalhes realistas, cores vibrantes e cenários repletos de referências ao Rio de Janeiro.


Canini e Zé Carioca: A Reinvenção de um Ícone

  1. Do Americanizado ao Genuíno

    • Antes de Canini, Zé Carioca era um personagem "exportado", com sotaque e maneiras mais próximas do estereótipo latino de Hollywood.

    • Canini devolveu-lhe o samba no pé: seu Zé Carioca falava gírias cariocas ("coisa fina!", "é mole?"), frequentava botequins e tinha a malandragem típica do subúrbio do Rio.

  2. Cenários e Cultura Popular

    • Canini enchia as HQs de paisagens cariocas (Praça XV, Lapa, favelas) e figuras como sambistas, camelôs e torcedores de futebol.

    • Introduziu personagens secundários marcantes, como o compadre Queco (um parceiro do Zé) e a Rosinha (sua namorada), dando profundidade ao universo do papagaio.

  3. Crítica Social com Humor

    • Em histórias como "O Tesouro do Arco-Íris" (1975), Canini usava o Zé para satirizar a burocracia, a corrupção e as desigualdades sociais, sempre com leveza.


O Legado da Dupla

  • Influência: Canini inspirou uma geração de artistas brasileiros, como Flávio Colin e Primaggio Mantovi, a valorizarem a cultura local nos quadrinhos.

  • Reconhecimento: Em 2007, ganhou o Troféu HQ Mix por sua contribuição aos quadrinhos nacionais.

  • Fim de uma Era: Com a saída de Canini da Abril nos anos 1980, Zé Carioca perdeu parte de sua essência, mas as histórias clássicas continuam sendo reeditadas e celebradas.


Curiosidades

  • Canini nunca morou no Rio, mas capturou sua alma como poucos, graças a pesquisas e paixão pela música popular.

  • Em 2019, o documentário "Zé Carioca: O Brasileiro da Disney" destacou o trabalho de Canini como fundamental para a identidade do personagem.


Canini e Zé Carioca provaram que os quadrinhos Disney poderiam ser universais e locais ao mesmo tempo. Se o Zé foi criado nos EUA nos anos 1940, foi nas mãos de um gaúcho que ele virou, de fato, um herói brasileiro.

"Canini não desenhava o Zé Carioca — ele o sambava no papel." — Lourenço Mutarelli, quadrinista.

segunda-feira, agosto 04, 2025

Cristina Buarque de Holanda

Maria Christina Buarque de Hollanda (São Paulo, 23 de dezembro de 1950 –
 Rio de Janeiro, 20 de abril de 2025)
TV CONTIGO

Reportagem: Ézio Ribeiro/Texto: Benê Pompílio/Foto: Paulo Salomão

Seguindo o mesmo caminho de seu famoso irmão, Chico Buarque, ela começa a se tornar bastante popular. E já faz o lançamento de seu 4.º LP.

Ela é mais dona-de-casa que cantora. Pouco viaja para fazer shows. Não badala, não dá entrevistas escandalosas e nem faz grandes promoções de suas músicas. No entanto, acaba de lançar seu 4.º LP com sucesso de crítica e público! Ela é Cristina, irmã de Chico Buarque de Holanda, que também sofre do mesmo “mal de família”, fazer sucesso na música. Mas, daqui pra frente, ela promete uma mudança radical na carreira: — Meus cinco filhos são uma turminha que brinca e briga ao mesmo tempo. Por isso, até hoje dei mais atenção a eles que a mim mesma. Agora, o mais novo tem 2 anos. Estão todos crescidinhos, já não neces-

Seu gênero
é o bom samba de partido alto

sitam que eu fique o dia inteiro com eles. Cristina acrescenta que amadureceu por completo. Como mãe e compositora: — Ando tão exigente comigo mesma que não consigo mais ouvir os discos que gravei antes deste! Os amigos concordam. Se Cristina já era uma boa intérprete, neste quarto LP está surpreendente. A linha é a de sempre. Música popular, mas popular mesmo! Samba de morro, de partido alto. Com sabor e ginga brasileiros. O nome: Vejo Amanhecer.

TV contigo

domingo, agosto 03, 2025

Perros sin pelo em Trinidad, Cuba


 As estátuas de cachorros pelados (perros sin pelo) em Trinidad, Cuba, são esculturas de bronze que prestam homenagem a uma raça canina nativa da ilha: o perro sin pelo cubano, também conhecido como perro chino cubano. Essas estátuas são bastante emblemáticas e chamam a atenção de turistas que passeiam pelo centro histórico da cidade, patrimônio mundial da Unesco.

Elas simbolizam resistência, identidade cultural e história.

O "perro sin pelo" era um cão doméstico típico nas casas cubanas durante os séculos XVIII e XIX, especialmente entre famílias abastadas.

Com o tempo, a raça foi desaparecendo, tornando-se quase extinta. As estátuas servem como uma forma de preservar a memória desse animal singular.

As estátuas podem ser encontradas próximas à Plaza Mayor, o coração colonial de Trinidad. Costumam ficar nas calçadas ou degraus das casas históricas, em poses tranquilas e curiosas, como se estivessem observando a vida passar

Elas são um dos pontos turísticos mais fotografados da cidade e muitas vezes confundidas com cães reais, devido à riqueza de detalhes e ao acabamento realista do bronze.

sábado, agosto 02, 2025

Antonio Carlos Moretti

 

 



 Antônio Carlos Moretti foi o convidado de uma edição especial do Encontros com a Imprensa, na Rádio UEM FM, e entregou uma verdadeira viagem no tempo. Nascido na zona rural de Maringá, ele relembrou com carinho a infância na Placa Hiller, os primeiros contatos com o jornalismo ainda criança – quando entrou pela primeira vez em uma redação acompanhando o pai – e como o cheiro da tinta e as máquinas barulhentas o marcaram para sempre.

Moretti não começou no jornalismo de cara. Antes, sonhava em ser arqueólogo e até trabalhou como pacoteiro na Pernambucana, onde teve seu primeiro contato com a comunicação ao operar o sistema de som da loja. Mas foi na diagramação de jornais impressos que ele fincou pé. Ainda assim, o gosto pela escrita nunca o deixou, e ele precisou batalhar muito para sair da “caixinha do diagramador” e assinar suas primeiras matérias.

Com o tempo, virou referência na cobertura política e social, especialmente ao retratar os conflitos de terra envolvendo o MST no Paraná, nos anos 1990. Sua dedicação rendeu furos importantes — como a denúncia de tráfico de armas com envolvimento da polícia militar — e também momentos tensos, como ameaças de morte e tentativas de cooptação. Apesar disso, ele afirma: nunca foi censurado pelos jornais em que trabalhou, incluindo a Folha de Londrina e o Estado do Paraná.

Moretti também esteve presente em um dos momentos mais emblemáticos do jornalismo investigativo local: a série de denúncias de corrupção envolvendo a prefeitura de Maringá nos anos 2000, em parceria com nomes como Marta Medeiros e Paulo Pupim. As matérias foram decisivas e mostraram a força da imprensa local quando ela se une e enfrenta os riscos com ética e coragem.

Hoje, ao olhar para trás, Moretti valoriza cada experiência e acredita que a paixão pela verdade e pela justiça foi o que o manteve firme na profissão. Para ele, contar a história de quem está à margem, como os agricultores e sem-terra, é também contar a sua própria história — de quem nasceu no campo, enfrentou as dificuldades e escolheu fazer do jornalismo sua forma de escavar realidades ocultas.

Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

sexta-feira, agosto 01, 2025

Valdete da Graça —

 


Na edição mais recente do Encontros com a Imprensa, da Rádio UEM FM, quem deu o ar da graça foi a jornalista Valdete da Graça — e o papo com o Marcelo Bugarelli rendeu boas histórias! Natural de Santos, ela chegou a Maringá nos anos 1980 para jogar basquete, mas logo o jornalismo entrou em cena. O início foi na assessoria de imprensa da Prefeitura, e já no primeiro dia rolou uma saia-justa digna de roteiro de comédia: ela comentou sobre a esposa do chefe sem saber que... adivinha? A própria estava na sala! Sorte que tudo terminou bem — tão bem que virou amizade.

Valdete contou também sobre sua formação na Metodista e os primeiros passos na imprensa escrita. Em Campo Mourão, trabalhou sem ganhar nada só pra ganhar experiência — e deu certo: virou editora da Tribuna do Interior por ser a única jornalista formada da redação. Na TV, passou por um monte de emissoras: Tibagi (hoje Rede Massa), Cidade, Manchete, Record, RPC... Cobriu de tudo um pouco, mas sempre teve um carinho especial pelo jornalismo esportivo. Já nas pautas policiais, apesar do peso, mandava ver — como ela mesma disse, “era o que tinha que fazer”.

Teve também aquelas histórias de bastidores que só quem vive rádio entende. Numa delas, uma entrevistada ouviu comentários indesejados feitos por uma colega, tudo por conta de um vacilo técnico — o famoso "esqueceu o microfone aberto". Na CBN Maringá, onde ajudou a montar a equipe, ela se encontrou de verdade: agilidade, dinamismo e aquele corre que só o rádio tem. E claro, falou também sobre o machismo nas redações, especialmente na hora de dividir pautas — homem na política, mulher na “pauta leve”? Não com ela!

Hoje, Valdete está longe de ser uma ex-jornalista parada. Aposentada, voltou com tudo para as quadras e joga na categoria 60+ de basquete — representando o Paraná e se preparando para competir na Suíça! Como se não bastasse, ainda arranjou tempo pra fazer um curso de gastronomia. Energia não falta.

A entrevista foi leve, divertida e cheia de ensinamentos. Valdete mostrou que é daquelas mulheres que fazem, transformam e seguem em frente com humor, coragem e muita história pra contar. Do jornalismo ao esporte, ela continua escrevendo — agora com a bola nas mãos, mas o mesmo brilho no olhar.

Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

Agosto -uma série de tragédias em Hollywood

MÊS DAS BRUXAS  

Matéria "Mês das Bruxas" publicada na revista Video Business - década de 1980 -  de autoria de Dulce Damasceno de Brito

Agosto — e em especial o dia 5 — marca uma série de tragédias em Hollywood. Nessa data, astros idolatrados como Carmen Miranda, Marilyn Monroe e Richard Burton deixaram de representar.  



*Dulce Damasceno de Brito*  

O primeiro ífdolo de Hollywood a sucubir em de agosto foi Carmem Miranda. Era uma quente madrugada americana de 1955, quando, horas após ter gravado o show especial de televisão de Jimmy Durante — e já de volta à mansão em Beverly Hills —, Carmen caiu no quarto de vestir, a caminho do banheiro, para nunca mais se levantar. Na época, foi diagnosticado ataque cardíaco, hoje comumente chamado de infarto. Não importa a denominação. O que importa é a perda da maior figura popular que o Brasil já teve em termos internacionais.  

Bidu Sayão pode ter cantado na suntuosa Metropolitan Opera House, Villa-Lobos regido em pleno Hollywood Bowl, mas pergunte ao povo americano quem foi a expressão máxima do Brasil por lá. A resposta é uma só, da geração da sua época até a atual, que nem era nascida quando ela morreu: Carmen Miranda. Porque é o único nome que os turistas encontram gravado no histórico saguão do Chinese Theatre, também com uma estrela de ouro na calçada de Hollywood Boulevard. Até hoje, são vendidos cartões com o retrato dela, camisetas e canecas, lembranças de todo o tipo com seu exuberante sorriso, cercada de balangandãs e coroada com os turbantes de banana.  



Na tarde desse 5 de agosto de 1955, todos os vespertinos dos Estados Unidos dedicaram suas primeiras páginas à tragédia, esquecendo as sempre pirracentas notificabilícias. A manchete mais dramática é sugestiva: “CARMEN DANÇOU ATÉ MORRER... Dance Her Heart Out to Real TV Style Deadline”, que sugeria que ela havia esgotado seu coração de tanto dançar para se adiantar à data prevista para a greve dos técnicos de TV.  

Nascida em Portugal, Maria do Carmo Miranda da Cunha veio à luz no dia 9 de fevereiro de 1909, em Marco de Canavezes, província do Porto, mas foi trazida para o Rio de Janeiro com menos de um ano. Mais brasileira do que muitos, tornou-se, logo após a gravação do disco “Taí”, a melhor *chanteuse* do País, passando à frente de consagradas cantoras como Aracy de Almeida, as Irmãs Pagãs, Linda Batista e Isaurinha Garcia.  

A consagração veio após o contrato com a 20th Century Fox, em filmes como “Serenata Tropical” (1940), “Uma Noite no Rio” (1941), “Minha Secretária Brasileira” (1942) e “Entre a Loura e a Morena” (1945). Em 1945, conseguiu um recorde: é a artista femi[...]  

Naquela cidade, passaram centenas de celebridades por suas mãos. Mas, o que ele recorda com um misto de carinho, revolta e tristeza é do cadáver colocado à sua frente às 10:30 da manhã do dia 5 de agosto de 1962. Nome: Marilyn Monroe. Ele pensou: “Como cortar um mito? Como destruir toda esta beleza?” Após a autópsia, o aparentemente apático legista Thomas Noguchi escreveu: “Será que alguém gostaria de saber que o coração de Marilyn — o sofrido coração de uma estrela famosa e admirada no mundo inteiro — pesa exatamente 300 gramas, como um pedaço de carne que você compra no açougue?”  

As rádios da época anunciaram que Marilyn Monroe havia sido encontrada morta, na cama da sua casa em Brentwood, nua, telefone à mão, provavelmente evidenciando um caso de suicídio ou overdose acidental de barbitúricos. De novo, 5 de agosto, domingo de 1962.  

Norma Jeane Baker Mortenson nasceu em 1° de junho de 1926, na enfermaria geral do hospital municipal de Los Angeles. Sua mãe, Gladys Baker, tinha como profissão cortar as cenas de filmes exigidas pelo montador. Seu pai, Edward Mortenson, era ausente e desconhecido. Com Gladys constantemente internada em sanatórios para doenças nervosas (acabou morrendo louca, sem conhecimento da fama da filha), Marilyn passou a infância e parte da adolescência em *foster homes* — casas particulares designadas pelo governo para acolher órfãos. Um tipo de Febem disfarçada. Para fugir dos *foster homes*, Norma Jeane casou-se aos 16 anos com Jim Dougherty, marinheiro mercante, sempre ausente.  

Para chegar ao estrelato, ela lutou oito anos, posando para fotografias e fazendo testes de sofá com diversos produtores, até conhecer o homem que lhe abriu as portas de Hollywood — o agente Johnny Hyde, que se apaixonou por ela e até abandonou a mulher. Embora ele tivesse morrido de problemas cardíacos um ano depois, Norma Jeane já estava contratada pela Fox com o nome artístico que a imortalizaria. Ao assistir ao seu teste, encantado com sua exuberante sensualidade, o chefe de elenco do estúdio, Ben Lyon, quis rebatizá-la como Marilyn Miller, vedete já falecida. A nova atriz, porém, sugeriu o sobrenome da sua avó materna, Monroe. O estrelato aconteceu em 1953, com “Niágara”, seguido por “Os Homens Preferem as Loiras” e “Como Agarrar um Milionário”.  

“Não me faltam homens, me falta amor!”, dizia o novo símbolo sexual do cinema. E, nessa carência, casou-se mais duas vezes: com o herói do beisebol Joe DiMaggio, e com o teatrólogo Arthur Miller. Ambos acabaram em dolorosos divórcios, sem os filhos que ela tanto desejava. Em 19 de maio de 1962, Marilyn abandonou a já tumultuada filmagem de “Something’s Got to Give” para cantar “Happy Birthday, Mr. President” para John Kennedy no Madison Square Garden, com quem tivera um breve romance.  

O telefonema daquela última noite foi registrado como tendo sido para a casa do senador Robert Kennedy. Quando a polícia chegou, alguém já havia limpado todos os vestígios (diários, agendas, cartas) de envolvimento com os ilustres irmãos.  

RICHARD BURTON: O GÊNIO TUMULTUADO 



A terceira celebridade a morrer num dia 5 de agosto foi Richard Burton, em 1984. Tinha 58 anos, era alcoólatra assumido, mas continuava tão talentoso e charmoso como no passado. Foi sua última mulher, Sally Hay, quem o encontrou morto (derrame cerebral) sobre o sofá de sua casa na Suíça.  

Décimo-segundo dos 13 filhos de um mineiro galês, Richard Jenkins nasceu em Pontrhydyfen em 10 de novembro de 1925. Aos 16 anos, ganhou uma bolsa para Oxford, onde conheceu o professor Philip Burton, que o adotou artisticamente. Já consagrado como ator shakespeariano, estreou em Hollywood em 1952 com “Minha Prima Rachel”.  

Em 1963, durante as filmagens de “Cleópatra”, ele e Elizabeth Taylor apaixonaram-se, apesar de casados. Casaram-se em 1964, vivendo um dos casamentos mais glamourosos e conturbados de Hollywood. Divorciaram-se em 1974, casaram-se novamente em 1975, e separaram-se definitivamente meses depois. Três semanas antes de morrer, Burton disse ao irmão: *“Elizabeth e eu somos como aqueles pares de suportes de livros: há algo entre nós, mas jamais ficaremos separados.”*  

quinta-feira, julho 31, 2025

Meus filmes favoritos de terror

Meus filmes favoritos de terror mas não necessariamente nessa ordem. Todos empatam.



Década dominante: Anos 70, com forte presença do horror sobrenatural e início do slasher.

 Há uma progressão do gótico para o psicológico, e depois para o social e o grotesco nos anos 2000+.

Temas predominantes: Religião (Exorcista, Profecia, Rosemary), identidade (Corra!, Nosferatu), isolamento (Iluminado, Alien) e corpo (A Mosca, Lobisomem...).


1. O Exorcista (1973) – William Friedkin

Sinopse: Uma jovem é possuída por um demônio, levando sua mãe a buscar ajuda de dois padres para realizar um exorcismo.
Análise: Ícone do horror sobrenatural, mistura fé, culpa e terror visceral. Marcou a cultura pop com realismo e tensão psicológica.


2. O Iluminado (1980) – Stanley Kubrick

Sinopse: Um homem enlouquece lentamente enquanto cuida de um hotel isolado com sua família.
Análise: Horror psicológico que explora isolamento, loucura e violência familiar, com direção estilizada e ambígua.


3. Violência Gratuita (1997/2007) – Michael Haneke

Sinopse: Uma família é aterrorizada por dois jovens sádicos durante férias.
Análise: Metafilme cruel que critica o voyeurismo no horror e confronta o espectador com sua própria complacência.


4. Invasão Zumbi (Train to Busan, 2016) – Yeon Sang-ho

Sinopse: Passageiros de um trem tentam sobreviver a um surto zumbi na Coreia do Sul.
Análise: Mistura ação e drama humano com tensão crescente, trazendo renovação emocional ao gênero zumbi.


5. Midsommar (2019) – Ari Aster

Sinopse: Jovens participam de festival sueco que esconde rituais pagãos macabros.
Análise: Folk horror diurno que usa luto e relacionamentos tóxicos como motor para um terror psicológico perturbador.


6. Halloween (1978) – John Carpenter

Sinopse: Um assassino mascarado persegue adolescentes na noite de Halloween.
Análise: Pioneiro do slasher moderno, com atmosfera econômica e trilha icônica. Influência duradoura.


7. A Profecia (1976) – Richard Donner

Sinopse: Casal descobre que o filho adotivo pode ser o Anticristo.
Análise: Mistura paranoia religiosa e conspiração satânica com tensão crescente e mortes criativas.


8. Tubarão (Jaws, 1975) – Steven Spielberg

Sinopse: Um enorme tubarão aterroriza uma cidade litorânea.
Análise: Thriller que funde horror naturalista com suspense hitchcockiano. Inaugura o "blockbuster" moderno.


9. O Homem de Palha (The Wicker Man, 1973) – Robin Hardy

Sinopse: Policial investiga o desaparecimento de uma menina em ilha com rituais pagãos.
Análise: Folk horror britânico com crítica religiosa e atmosfera ambígua; final icônico.


10. Psicose (Psycho, 1960) – Alfred Hitchcock

Sinopse: Mulher em fuga encontra um motel isolado comandado por um homem estranho.
Análise: Marco do terror psicológico, com reviravolta narrativa e construção de tensão exemplar.


11. O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, 1968) – Roman Polanski

Sinopse: Jovem grávida suspeita que seus vizinhos têm planos sinistros para seu bebê.
Análise: Horror paranoico urbano que explora controle sobre o corpo feminino e ocultismo com sutileza crescente.


12. Os Inocentes (The Innocents, 1961) – Jack Clayton

Sinopse: Governanta acredita que as crianças sob seus cuidados estão possuídas.
Análise: Horror gótico ambíguo e atmosférico, com subtexto sexual e psicológico refinado.


13. O Silêncio dos Inocentes (1991) – Jonathan Demme

Sinopse: Jovem agente do FBI busca ajuda de um serial killer preso para capturar outro.
Análise: Thriller psicológico com tensão constante e performances memoráveis; mistura terror e procedural policial.


14. Corra! (Get Out, 2017) – Jordan Peele

Sinopse: Jovem negro visita a família branca da namorada e descobre um plano sinistro.
Análise: Terror racial moderno com crítica social incisiva, humor ácido e construção de tensão eficiente.


15. Nosferatu (2024) – Robert Eggers

Sinopse: Releitura sombria e expressionista do clássico de Murnau, com nova estética e clima gótico.
Análise: Ainda recente, mas já reverenciado por sua fidelidade sombria ao espírito do original e estética rigorosa.


16. O Bar Luva Dourada (Der Goldene Handschuh, 2019) – Fatih Akin

Sinopse: Retrato grotesco e realista de um serial killer na Hamburgo dos anos 70.
Análise: Horror visceral e sujo, com abordagem quase documental e foco no grotesco humano.


17. A Mosca da Cabeça Branca (The Fly, 1958) – Kurt Neumann

Sinopse: Cientista se funde acidentalmente com uma mosca durante experimento de teletransporte.
Análise: Sci-fi trágico e clássico do corpo modificado, precursor do horror biológico moderno.


18. Alien, o Oitavo Passageiro (1979) – Ridley Scott

Sinopse: Tripulação de nave espacial enfrenta criatura mortal em missão.
Análise: Mistura de sci-fi e horror claustrofóbico com subtexto sexual e atmosfera opressiva.


19. Drácula (1958) – Terence Fisher

Sinopse: O conde Drácula espalha terror na Inglaterra vitoriana.
Análise: Estilizado e sensual, trouxe cor e erotismo ao vampirismo. Clássico da Hammer Films.


20. Frankenstein de Mary Shelley (1994) – Kenneth Branagh

Sinopse: Cientista dá vida a um ser feito de cadáveres e enfrenta as consequências.
Análise: Adaptação mais fiel ao romance, com tom operístico e foco no drama moral do criador e criatura.


21. Um Lobisomem Americano em Londres (1981) – John Landis

Sinopse: Jovem americano é atacado por lobisomem e sofre transformações em Londres.
Análise: Combina terror corporal brutal com humor negro e efeitos práticos lendários. Cultuado.



Anne Frank


A única filmagem de vídeo conhecida de Anne Frank.

...:


:

Trama Macabra (Intriga em Família) (Family Plot) (1976)



Falsa medium e seu amante, um taxista psicopata, planejam roubar uma grande quantia em dinheiro de uma idosa, alegando ter encontrado seu sobrinho há anos desaparecido. Sem saber, os trambiqueiros encontram o rapaz, agora como um esperto ourives, e que está envolvido com um sequestro.




Direção:Alfred Hitchcock

Roteiro: Ernest Lehman (roteiro), Victor Canning (livro "The Rainbird Pattern")



Elenco:

Karen Black...Fran

Bruce Dern...George Lumley

Barbara Harris...Blanche Tyler

William Devane...Arthur Adamson

Ed Lauter...Joseph Maloney

Cathleen Nesbitt...Julia Rainbird

Katherine Helmond...Mrs. Maloney

Warren J. Kemmerling...Grandison

Edith Atwater...Mrs. Clay

William Prince...Bishop Wood

Nicholas Colasanto...Constantine

Marge Redmond...Vera Hannagan

John Lehne...Andy Bush

Charles Tyner...Wheeler

Alexander Lockwood...Parson

Martin West...Sanger





Curiosidades:



-É o último filme do Mestre do Suspense Alfred Hitchcock



-Adaptação do romance "The Rainbird Pattern", de Victor Canning, publicado em 1972.



-O diretor pensou em Al Pacino para o papel de Lumley, mas o cachê do ator estava muito alto na época por conta dos recentes sucessos O Poderoso Chefão (1972) e Serpico (1973).

Jack Nicholson recusou o mesmo personagem em favor de Um Estranho no Ninho (1975).



-Trilha de John Williams. Foi a primeira e única parceria entre o compositor e Hitchcock. Globo de Ouro



-Em 1977 Barbara Harris foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz comédia/musical por seu trabalho no filme.





Memórias Póstumas de Brás Cubas

 Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), obra-prima de Machado de Assis que revolucionou a literatura brasileira


Trecho (O Defunto Autor):

"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas."
(Dedicatória inicial)


Esta abertura irreverente, onde um morto dedica seu livro a um verme, já estabelece o tom cáustico e anti-romântico da obra. Brás Cubas narra sua vida post mortem, expondo sem pudor suas falhas e a hipocrisia da sociedade.


"Teoria do Humanitismo"

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. E não careço de imitar o Cristo, que amava tanto os homens que lhes deixou... piolhos."
(Capítulo CXXXIX — O último capítulo)


No fechamento do livro, Brás Cubas faz um balanço niilista de sua vida, celebrando não ter perpetuado o "legado da miséria" humana. A comparação sacrílega com Cristo resume o humor ácido machadiano.



  1. Ironia Ferina: Crítica disfarçada de humor ("A alma é uma doença" / "A morte é uma negativa sem retórica").

  2. Narrador Não-Confiável: Brás Cubas mente, omite e justifica seus atos mesquinhos.

  3. Experimentalismo: Digressões, diálogos com o leitor e capítulos curtíssimos (como o famoso "O Delírio", de 3 linhas).


 "Pai Contra Mãe"

"O menino morreu. Não chegou a conhecer este mundo, onde seria talvez um ridículo, como o pai, ou uma infeliz, como a mãe."

(Capítulo sobre o filho que não sobreviveu)

Impacto:
Machado condensa em poucas linhas toda a crueldade do destino e a futilidade da existência, temas centrais do livro.



  • Foi o primeiro romance realista brasileiro, publicado no mesmo ano que "O Primo Basílio" de Eça.

  • O personagem Quincas Borba (que aparece aqui) ganharia depois seu próprio romance.

  • A frase "Não consegui ser ministro, não consegui ser casado, não consegui ser poeta" sintetiza o fracasso como projeto existencial.


quarta-feira, julho 30, 2025

Bia Grabois

 

Bia Grabois



  1. Origem e Início:

    • Natural do Paraná, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1983.

    • Iniciou a carreira abrindo shows para o poeta e músico Jorge Mautner.

  2. Estilo Musical:

    • Conhecida por seu "blues brasileiro", distante do modelo tradicional americano, com letras existenciais e influências locais.

    • Também explorou rock e canções autorais, muitas compostas em parceria com seu irmão, Mário Grabois (publicitário).

  3. Trajetória Artística:

    • Começou cantando covers de ícones como Bessie Smith (blues) e Patsy Cline (country).

    • Integrou a banda Ipanema Blues antes de partir para projetos solo.

    • Seus shows em casas como JazzmaniaLaura Alvim e Mistura Up (onde se apresentou com um quarteto) consolidaram sua presença no circuito alternativo carioca.

  4. Repertório Autoral:

    • Destaques: "Os meninos" (blues brasileiro) e "O céu negro" (temática existencial).

    • Descrita como uma artista "intuitiva", que priorizava a emoção à técnica vocal.



Transcrição da matéria "Bia Grabois mostra ‘blues brasileiro’ no Mistura Up"

Jornal do Brasil – 18 de maio de 1992
Por Mauro Ferreira


Bia Grabois mostra ‘blues brasileiro’ no Mistura Up

A roteirista do novo show da cantora Bia Grabois — em cartaz somente hoje no Mistura Up — não deixa por menos no texto de apresentação do espetáculo: Mathilda Kóvak diz que Bia tem "um par de artérias no lugar de cordas vocais". Seja como for, a voz dessa paranaense de 25 anos pulsa agora num trabalho mais pessoal. Depois de fazer covers de cantoras como Bessie Smith e Billie Holiday, Bia resolveu mostrar suas próprias músicas, algumas compostas com seu irmão, o publicitário Mário Grabois.

"O trabalho é tão pessoal que eu nem canto com muita técnica. É tudo bem intuitivo. Já em um projeto, canto o que vem à mente", diz Bia, que integrou a banda Ipanema Blues.

Bia chama sua apresentação de "demo-show", ou seja, show demonstração. Ela já canta há dois anos, mas nunca havia explorado os blues e rocks de sua autoria.

"Na realidade, não componho o típico blues americano. Meu blues é nacional e tem uma cara bem brasileira", avisa.


O repertório e a trajetória

"Os meninos" é um dos blues brasileiros incluídos no roteiro. Já "O céu negro" tem temática existencial, como muitas das composições de Bia Grabois, que mora no Rio desde 1983 e iniciou sua carreira abrindo shows de Jorge Mautner.

Ela não canta apenas blues, mas foi com o gênero que ensaiou seus primeiros passos artísticos. Há dois anos, montou um show somente com blues antigos, a maioria do repertório de Bessie Smith. Antes, fez um show com covers do repertório de Patsy Cline, cantora americana de country, falecida nos anos 60.

Com fitas nas mãos de produtores musicais, Bia já pisou em palcos de casas como o Jazzmania, a Laura Alvim e o próprio Mistura Up, onde canta hoje acompanhada por um quarteto formado por:

  • Dois guitarristas: Helinho e Carlos Garcia

  • Baterista: Álvaro Albuquerque

  • Baixista: Paulo Peninha

O show começa às 22h.