Na noite de 25 de julho de 1956, o majestoso e luxuoso paquete italiano Andrea Doria navegava através do nevoeiro rumo ao porto de Nova Iorque, com 1706 pessoas a bordo. Encontrando-se já a sul de Nantucket, repentinamente, emergindo da escuridão, cintilaram as luzes do Stockholm, o paquete sueco.
O choque foi violento. A proa do Stockholm penetrou cerca de 40 m no costado do Andrea Doria, que ficou gravemente danificado. Mesmo o Stockholm, um dos mais bem sucedidos navios construídos pela Suécia, não saiu incólume e teve 5 mortos a bordo.
O Andrea Doria ficou imediatamente ameaçado de naufrágio. Mais de 50 pessoas perderam a vida, mas não fosse a eficiente operação de salvamento, o número de vítimas teria sido muito maior. Os S.O.S prestaram auxílio imediato e os sobreviventes foram recolhidos por vários navios que se encontravam nas proximidades.
Um dos mais reconfortantes foi o do magnífico paquete francês Ile de France que se dirigiu a toda a velocidade para o local do sinistro. O trabalho da tripulação do Andrea Doria foi notável e a disciplina a bordo admirável. O paquete escorou o navio que facilitou grandemente a manobra dos botes de salvados, cuja tripulação trabalhou incansavelmente durante toda a noite.
Às 10.09 da manhã do dia seguinte, o Andrea Doria soçobrava finalmente, em obras de metal já rendido. Uma semana antes, já ainda ao largo da costa de Nantucket, afundava-se a 70 m.
1. Um desastre em câmera lenta
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O Andrea Doria não desapareceu como o Mary Celeste, nem explodiu tragicamente como o Sultana. Mas seu naufrágio foi lento, visualmente impactante e repleto de tensão dramática, como num filme de desastres dos anos 70.
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A colisão no nevoeiro com o Stockholm revelou falhas técnicas e humanas: confusões de radar, julgamentos errados e uma perigosa confiança em tecnologia recém-introduzida.
2. Um cenário de filme
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A operação de salvamento foi épica: mais de 1600 pessoas salvas no mar, à noite, no meio do nevoeiro. O Ile de France, iluminado como um castelo flutuante, aparece como um verdadeiro herói de aço.
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A disciplina da tripulação italiana contrasta com a tragédia — um tema clássico de resiliência humana diante da catástrofe.
3. Repercussão e legado
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O naufrágio do Andrea Doria foi o “Titanic do pós-guerra”, ganhando espaço na mídia e no imaginário popular.
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Até hoje, mergulhadores se aventuram nos destroços a 70 metros de profundidade — e muitos perderam a vida nesse desafio.

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