Adorei a canção, mas na minha cabeça só ficou o refrão. Mais tarde descobri que o verso era do poeta paratiense José Kléber. Ainda estou atrás da música, mas feliz em saber quem é o autor. Ele foi um artista completo : musico, ator , artista plastico... Aliás, mais um patrimônio de Paraty. Perseguido pela ditadura, resolveu ficar em Paraty, sua terra natal, até ser assassinado em 1989. Enquanto não encontro a música, vou transformando latinhas em caracol.
Quando a sonhar me vejo na cidade
A bela adormecida ao pé do mar
E bebo a tarde e sinto a madrugada
E a noite de permeio é só luar.
É sol e mar, é praia e serenata
São pedras ladrilhando a minha rua
O mar passeia solitário na calçada
Espelhando a lua cheia
nos beirais e nas sacadas!
Vida! Como é boa para a gente viver
Amo! Como é bom a gente amar aqui
Na praça, no cais, na praia...
Tudo isso é Paraty É Paraty, é Paraty
Sobre José KleberJosé Kleber Martins Cruz nasceu em 1932 na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. Após passar parte da infância e juventude em outras cidades, formou-se advogado e voltou a Paraty, ocupando por algum tempo a função de promotor público.
Em 1964, com a instalação do governo militar, José Kleber foi perseguido por suas ideias. Desiludido com a política, abriu um bar em Paraty, chamado Valhacouto, tornando-se um boêmio inveterado, o que lhe proporcionou encontros com grandes nomes da literatura, do cinema e das artes plásticas que frequentavam a cidade na época. Desses encontros nasceu seu primeiro livro de poemas, “Praia do Sono”, em que destaca a bucólica Paraty que conheceu.
Participou de diversos filmes rodados na cidade, quase todos em sua fazenda na Itatinga, e contracenou até com a atriz Leila Diniz. Por um tempo afastou-se da vida urbana e passou a morar na fazenda, onde reunia os amigos e os “loucos” da época do “faça amor, não faça guerra” e “sexo, drogas e rock and roll”.
De acordo com o historiador paratiense Diuner Mello, José Kleber era fã dos poetas portugueses José Régio e Fernando Pessoa, escrevia poemas e músicas. “O hino extraoficial da Cidade é de sua autoria. Nos carnavais ainda se executam suas marchas-rancho, conhecidas por todos”, conta. Em 1989, José Kleber foi assassinado por um posseiro que se instalou em sua fazenda.


Nossa! Há anos esperava um contato! Esse refrão me marcou muito! Vou conferir no Youtube. Muito obrigado, muito obrigado mesmo! E parabéns!
ResponderExcluirGrande abraço!!
Praia do Sono - Poesia
ResponderExcluirJosé Kleber
www.medium.com/@josekleberparaty